Aumento da propina e do táxi agrava custo com a formação superior
Com o aumento de até 20,74 % no valor da propina praticada pelas instituições de ensino superior e com a subida do preço da corrida de táxi de 50%, para 300 Kz, está criado um cenário difícil para os estudantes das universidades privadas, que já começaram a contestar estas subidas.
O aumento da corrida do táxi em 50% (de 200 Kz para 300 Kz) e a subida do valor da propina até 20,74% agravou o custo da formação superior, levando a protestos por parte dos estudantes, pois um universitário passará a gastar, em média, mais de dois milhões Kz anualmente na sua formação.
Feitas as contas, com a subida prevista da propina, um estudante gastará anualmente, em média, 700 mil Kz em propina, sem contar os custos com a matrícula, alimentação, livros, equipamentos e até a outorga, o que eleva ainda mais o custo quando contabilizado.
O Expansão fez estes cálculos com base numa ronda efectuada em 10 universidades, nomeadamente Universidade Gregório Semedo (UGS), Metodista de Angola (UMA), Independente de Angola (UNIA), Universidade Privada de Angola (UPRA), Jean Piaget (Uni Piaget), Católica de Angola (UCAN), Universidade Técnica de Angola (UTANGA), Lusíada de Angola (ULA), Instituto Superior Técnico de Angola (ISTA) e o Instituto Superior Metropolitano (IMETRO).
Se contabilizarmos os custos com o táxi, um estudante pode gastar em média 300 mil Kz, anualmente, mas este valor vai depender da distância entre a universidade e a residência do estudante.
Por exemplo, Luciana Gusmão, estudante do 2.º ano do curso de Medicina da Universidade Privada de Angola (UPRA), gastava diariamente 2.500 Kz e com o aumento da corrida vai passar a gastar 3.300 Kz, só em táxi. A moradora da comuna do Benfica, município de Belas, paga, mensalmente, em propina 211.140 Kz.
"Com o aumento do preço do táxi, fui obrigada a mudar de residência, saindo do Prenda para o Benfica que está mais próximo da universidade para poupar os gastos com o táxi. Embora a UPRA não tenha aumentado a propina, os gastos já são elevados. Contudo, desistir não é opção", diz a estudante, que gasta semanalmente 20 mil Kz em transporte e lanche.
Rosalina Oliveira, que vive no Futungo e estuda na Universidade Jean Piaget, em Viana, vai gastar 3 mil Kz diariamente, que perfaz 15 mil semanalmente e ainda terá de pagar a propina no valor de 56.500 Kz devido à subida de 14% imposta pela universidade.
"Esta alteração dos preçários será muito difícil para mim. Algumas vezes, terei de deixar de comer para garantir o dinheiro do táxi. Já estou no 3.º terceiro ano e não penso em desistir".
Universidades anunciam aumentos da propina
Algumas instituições de ensino superior já anunciaram os aumentos das propinas. Por exemplo, a Universidade Metodista de Angola (UMA) e a Universidade Jean Piaget (UniPiaget) colocaram-se na frente da corrida no aumento de propinas.
Na actualização dos preços, a UMA aumentou as propinas em 20% para todos os seus cursos, mas o mesmo não se regista na UniPiaget, que mantém os preços em quase todos os cursos, com a excepção dos cursos da Faculdade de Ciências da Saúde. Por exemplo, Enfermagem saiu de 49,5 mil Kz para 56,5 mil Kz, representando um aumento de 14%. Já o curso de Medicina Geral e Dentária saiu de 58 mil para 75,5 mil Kz, um aumento de 30%, violando assim o decreto que permite apenas até 20,7%.
Leia o artigo integral na edição 835 do Expansão, de Sexta-feira, dia 18 de Julho de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)