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Angola

Empresários apreensivos antecipam restrições no acesso aos cambiais e desvalorização Kz

QUEDA DO PREÇO DO PETRÓLEO E OS EFEITOS DO CORONAVÍRUS

Os indicadores macroeconómicos, em Angola, voltam a ser baralhados com a crise da queda do preço do barril de petróleo e o impacto do novo coronavírus na economia mundial que fez reduzir a procura de petróleo no mercado internacional. O momento é de incerteza nos mercados; em Angola, os homens de negócios não acreditam que haja soluções no curto prazo, nem medidas que garantam estabilidade e crescimento.

Empresários e gestores antecipam, para o curto prazo, um ambiente macroeconómico conturbado, caracterizado por dificuldades no acesso a cambiais, mas também agravamento da desvalorização do Kz e subidas na inflação, com quedas ainda mais acentuadas no consumo e na perda de qualidade de vida dos angolanos.

Com uma crise financeira que dura há seis anos, a recente queda do preço do petróleo e o impacto do coronavírus na economia angolana, os analistas ouvidos pelo Expansão esperam um desempenho desfavorável das empresas, que poderá conduzir a mais encerramentos.

Os dados do Anuário de Estatísticas sobre a Demografia de Empresas 2015-2018, publicado em finais do ano passado, pelo Instituto Nacional de Estatísticas, indicam que, nos últimos seis anos, 11 mil empresas "morreram" em Angola.

Um cenário que não surpreende o empresário Rui Santos. O gestor, embora não se mostre abalado, avança que esta será a oitava crise que vive desde 1976.

"De certa forma, já estou habituado e as preocupações são as mesmas. É expectável que venha a haver restrições no acesso às divisas e, como tal, problemas na reposição de stocks. É possível que venha haver restrições nas confirmações de pagamentos das vendas ao Estado", enumera o ex-patrão da Sistec.

São inúmeras as dificuldades que as empresas enfrentam, desde a falta de financiamento e o baixo consumo. Rui Santos refere que é preciso avançar com estímulos à economia para que o País volte a produzir bens para satisfazer o mercado interno.

O economista José Lopes diz que o parque industrial não está a se desenvolver no sentido da diversificação da economia. "A economia continua presa ao petróleo. Faltam financiamentos da banca local para os empresários nacionais, os projectos e obras de reabilitação das infra-estruturas estão, em parte, paralisadas, novos projectos aguardam aprovação e o crescimento do País está comprometido com o novo quadro da economia mundial. Não há, de facto, um desenvolvimento e crescimento das indústrias desde o início da crise. A escassez de divisas agrava mais o problema da falta de liquidez das empresas, comprometendo a importação de bens e matéria-prima necessários ao sector industrial", explica José Lopes. (...)

(Leia o artigo integral na edição 566 do Expansão, de sexta-feira, dia 20 de Março de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)