Crise no sector da construção no País estimula exportações de cimento
As exportações de cimento angolano estão a ganhar espaço em resposta à crise do sector da construção civil que se vive em Angola. Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), referentes aos anos 2018-2019, países como a RD Congo e o Congo são os maiores destinos das exportações angolanas.
As vendas ao exterior deste produto conheceram o pico em 2018, quando saíram do País 326,6 mil toneladas de cimento diverso, e geraram uma receita de quase 15 milhões USD.
Contrariamente ao ano de 2018, no ano passado, as exportações de cimento voltaram a contrair 65,3%, para 113,1 mil toneladas, comparativamente às vendas ao exterior do período anterior. Em termos de receitas, também houve uma quebra de 53,7%, fixando-se, em 2019, nos 6,7 milhões USD, contra os quase 15 milhões USD arrecadados no período homólogo. O clinker foi o cimento mais exportado nos últimos dois anos.
Só em 2018 os angolanos exportaram 301 mil toneladas de clinker, o equivalente a 92% do total das exportações de cimento naquele ano. Em termos de receitas, de acordo com as contas do Expansão com base nos dados do INE, o clinker rendeu 11,7 milhões USD, ou seja, 80% das receitas arrecadadas vieram com a comercialização desse tipo de cimento.
Embora o negócio esteja ainda na fase embrionária, as empresas de construção garantem que a falta de investimentos e a redução da despesa pública, para esse sector contribuíram para a contracção do Produto Interno Bruto da construção nos últimos dois anos, forçando muitas construtoras, sobretudo as pequenas e médias empresas, a encerrar as portas.
A Associação de Empreiteiros de Construção Civil e Obras Públicas de Angola (AECCOPA) justifica o novo impulso às exportações de cimento, com a recessão do sector da construção em Angola, mas a falta de financiamento em novos projectos de construção civil está a penalizar as empresas do sector.
(Leia o artigo integral na edição 594 do Expansão, de sexta-feira, dia 2 de Outubro de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)