Crescimento sustentado do país depende de instituições inclusivas
O professor universitário Manuel Nunes Júnior declarou esta quinta-feira, em Luanda, que para haver um crescimento sustentado no país é necessário instituições políticas, económicas e sociais inclusivas.
Ao dissertar o tema sobre "A evolução das políticas económicas de Angola nos últimos 40 anos" na 3ª conferência da Academia BAI, o professor notou que as sociedades que não forem inclusivas do ponto de vista político, económico e social não conseguem atingir um nível de prosperidade continuado e sustentado.
Segundo o prelector, as sociedades não inclusivas são pouco dinâmicas, pouco eficientes e, por isso, incapazes de garantir o bem-estar dos seus cidadãos.
Para si, as sociedades têm de ser competitivas, quer do ponto de vista político, quer económico para haver um certo grau de inclusão.
"A história mostra-nos que as sociedades que não são inclusivas têm poucas possibilidades de ter um desenvolvimento sustentado", sublinhou.
Com efeito, destacou quatro critérios para que haja instituições políticas e económicas inclusivas: o primeiro é que o Estado deve ser eficiente e capaz de garantir os bens públicos como a defesa, segurança, saúde, educação e infra-estruturas.
O segundo critério, segundo a fonte, numa democracia tem de haver competição política para que todos os actores da sociedade possam fazer sentir as suas ideias, isto é, "para além da livre circulação de bens é preciso que haja livre circulação de ideias".
O terceiro ponto tem a ver com as oportunidades iguais de acesso ao mercado. "Os cidadãos têm de ter oportunidades iguais de acesso ao mercado, porque havendo restrições não se está a criar um espaço apropriado para que o talento de cada um se possa evidenciar".
O quarto e último ponto é relativo a uma justiça capaz de regular as acções dos agentes.
"O que difere a vida selvagem da civilizada é a existência do Estado, que existe para regular e na área económica é necessário que os contratos e projectos sejam cumpridos, aplicados e implementados", concluiu.
Angop/Expansão