A Empresa Nacional de Distribuição de Energia (ENDE) está neste momento a instalar contadores inteligentes pós-pagos para os maiores consumidores ou clientes de alto valor. O consumo de energia destas entidades, que na maioria dos casos são grandes empresas e indústrias, vai passar a ser monitorizado de forma centralizada e em tempo real.

"Parte desses clientes já têm contadores, mas aqui a ideia é que todos eles tenham acesso a contadores de última geração. Queremos alterar o paradigma actual. Já temos um centro de controlo e de medição em funcionamento, para onde são canalizadas todas estas leituras, que são efectuadas em tempo real e de forma centralizada para todos os clientes de alto valor", explicou Isequiel Manuel, director de Planeamento Estratégico e Controlo de Gestão da ENDE, durante o último Fórum Expansão, que aconteceu no dia 9 de Maio.

A instalação de contadores inteligentes é um dos projectos que a empresa pública tem em cima da mesa. Outra das iniciativas que também já está a ser implementada passa pela expansão do número de contadores pré-pagos e a melhoria da gestão interna.

"Estes projectos têm duas vertentes", explica Isequiel Manuel: "Uma está ligada à expansão da rede eléctrica, para que mais angolanos possam dispor deste serviço. Também vamos reabilitar as redes existentes, criando alguma capacidade para que se atenda o consumo, que cresce de ano para ano. A outra vertente está relacionada com a sustentabilidade da empresa. É aqui que entra a instalação de novos contadores de pré- -pagamento".

O gestor reconhece que a empresa previa instalar diariamente cerca de 1.000 novos contadores, mas que não tem sido capaz de atingir aquele objectivo.

"Neste momento estamos com um ritmo diário de 300 novos contadores instalados. Até ao momento já instalámos mais de 17 mil contadores, mas é um processo lento, que vai levar cerca de 48 meses. A estimativa é instalar cerca de 300 mil contadores em todo o país", disse Isequiel Manuel. Sobre as novas tarifas e o impacto que vão ter na actividade da ENDE, o responsável admite que ainda estão longe do desejável.

"Nós temos de ser sinceros: as novas tarifas ainda não reflectem os custos operacionais. Mas são um alívio para nós. Há também a necessidade da melhorarmos a eficiência para que, de facto, este aumento tarifário possa ter um impacto positivo nas receitas da ENDE"

Edição 826 do Expansão, de Sexta-feira, dia 16 de Maio de 2025