Pólo Industrial da Caála tem disponíveis 952,5 hectares para a instalação de fábricas
A área ocupada do Pólo de Desenvolvimento Industrial da Caála (PDIC) é de apenas 11% do total, o equivalente a sete unidades industriais de média dimensão, seis em funcionamento, sendo que 952.5 hectares, correspondendo a 89% da infra-estrutura total, estão por ocupar. Este espaço, de acordo com o plano inicial, pode albergar mais 60 unidades industriais.
Hoje estão em funcionamento no Pólo Industrial da Caála (PDIC) seis unidades industriais - uma fábrica de colchões e reservatórios de água (ROYANGOL), uma bomba de combustíveis (SOLSTÍCIO), uma fábrica de betão (SUZHOU HAIWAI), uma indústria de móveis (FERPLAS), uma fábrica de mobiliário escolar (FERPLAS) e a fábrica de carteiras (LSGC). A Abamat, empresa de reparações e assistência técnica automóvel, encontra-se paralisada.
De acordo com os dados fornecidos ao Expansão, o plano de desenvolvimento do PDI da Caála apontava para a instalação de unidades industriais numa área total na ordem dos 1.087 hectares. Numa primeira fase previa-se a ocupação de 595 hectares até 2018, e para a segunda, a ocupação dos restantes 492 hectares, até ao final de 2022. Como se vê, a realidade é muito distante da previsão e agora as autoridades vão iniciar a implementação de mais um programa de revitalização do sector industrial que se estenderá até 2025.
As estatísticas do AIPEX dão uma primeira justificação para este facto. Dos 413 projectos registados no País, nos últimos três anos como investimentos, apenas três foram para a província do Huambo, 327 para Luanda e os restantes 83 projectos foram distribuídos para as restantes 16 províncias.
As linhas de abastecimento de água e electricidade já chegaram ao local em 2019, mas falta a infra-estruturação do Pólo Industrial, ou seja, a disponibilização destes serviços às unidades instaladas ou às que venham a ser instaladas. Os acessos estão feitos, mas falta asfaltá-los.
Apesar das dificuldades, estão em curso alguns projectos e há mais propostas de implementação de unidades fabris no PDIC. A Sociedade de Vidro & Alumínio está a realizar as obras desde o final de 2017, já possui equipamento, aguardando apenas o direito de superfície, uma das grandes lutas dos investidores, e o financiamento necessário para o início da produção de papel higiénico para abastecer o mercado do Planalto Central e as províncias circunvizinhas.
Já a KNJ, fábrica de cimento cola, muito utilizada para os acabamentos na construção civil, terá as obras concluídas ainda este ano, aguardando também pelo título de propriedade e financiamento para o início da produção. A mesma sorte não teve o Grupo Kalme, que apostou numa fábrica de sabão e detergentes. Neste momento, tem as obras paralisadas, precisando de reforço de capital para a conclusão da mesma e a aquisição do equipamento para a produção de sabão e detergentes.
A Wayanga e Design, empresa que se propõe produzir perfis metálicos para a construção civil, também está com dificuldades financeiras. Tem as obras paralisadas desde 2014, e aguarda um reforço financeiro do BDA para a conclusão do projecto e poder iniciar as operações. Relativamente ao projecto mais recente, a fábrica de massa alimentar LALALTURC, as obras decorrem a bom ritmo e é expectável que ainda este ano comece a produzir, indicam as fontes do Expansão que avançam ainda que o desenvolvimento económico da província depende uma indústria transformadora forte.
As autoridades governamentais da província também acreditam que no primeiro semestre deste ano vai acontecer a abertura da fábrica de montagem de moagens de cereais neste pólo, denominada, Sabino Pongolola.
(Leia o artigo integral na edição 664 do Expansão, de sexta-feira, dia 4 de Março de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)