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África

Primeiro empréstimo do Banco Mundial para vacinas em África é a Cabo Verde que fica a pagar até 2060

País começa a pagar daqui a 10 anos

O empréstimo de quase 4,2 milhões de euros que o Banco Mundial (BM) fez a Cabo Verde, naquela que é "a primeira operação" do BM em África, para a compra de 400 mil vacinas contra a Covid-19, começa e ser paga dentro de 10 anos, devendo ficar liquidada em 2060.

Este apoio vai ser concedido com 3,5 milhões de Direitos de Saque Especiais, equivalente a 4.165 milhões de euros, contemplado num acordo de financiamento assinado a 12 de Fevereiro, entre o Governo cabo-verdiano e a Associação Internacional de Desenvolvimento (AID), agência do grupo do Banco Mundial, que contempla o plano de pagamentos até 2060.

O Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19 abrange não apenas as vacinas, mas também cartões de registo de vacinas, equipamentos de protecção individual, bem como o desenvolvimento de normas e protocolos sobre a cadeia de frio, fornecimento, armazenamento, logística e formação, entre outros.

De acordo com a Lusa, que teve acesso ao documento, este apoio adicional para "assegurar uma importação rápida das vacinas", para apoiar o plano de imunização do país, está "em linha com a iniciativa COVAX, de Acesso Global às Vacinas de Covid-19".

O financiamento permitirá a compra de equipamento e transporte para uma cadeia de frio das vacinas e a "melhoria da infraestrutura de saúde para ajudar na reabertura do país ao turismo", refere a Lusa. Recorde-se que o sector do turismo, responsável por 25% do PIB do país, está parado desde Março de 2020.

O próprio BM reconhece que a economia cabo-verdiana "tem sido drasticamente afectada pela crise", tendo registado uma recessão da economia em 2020 equivalente a 11% do PIB, grande parte devido à queda de 70% na procura turística e com a taxa de desemprego a duplicar, para cerca de 20%, o que fez disparar os índices de pobreza "no curto prazo".

A pandemia está a causar grandes distorções e atrasos nas economias mundiais, mas em particular no contexto de África, já de si fragilizadas e com sistemas de saúde débeis. Por este motivo, o Banco Mundial pretende reforçar o apoio a estes países na compra e distribuição de vacinas, testes e tratamentos, bem como os "sistemas de vacinação", como justificou o vice-presidente do Banco Mundial para a África Ocidental e Central, Ousmane Diagana.

No âmbito do combate à pandemia em Cabo Verde, o Banco Mundial aprovou financiamentos de 50 milhões USD para reforço dos cuidados de saúde, apoios sociais e retoma da actividade económica.