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BNA vai ter que confirmar o negócio e avaliar a idoneidade de Rui Campos

Aumento de capital do banco Keve

Para que Rui Campos possa vir a ser sócio maioritário do Banco Keve (51%), de acordo com a proposta de aumento de capital que vai a assembleia geral por estes dias, terá de ter a aprovação do BNA.

Fundamentalmente sob dois aspectos: a proveniência dos fundos, os tais 10 mil milhões de kwanzas, que terão de ser depositados em cash no Banco Keve; e "passar" um certificado de idoneidade aos novos accionistas, neste caso a Rui Campos. E neste aspecto, tendo em conta que a legislação é muito aberta e contempla poucos critérios objectivos, terá sempre muita dificuldade em justificar qualquer que seja a sua decisão. Por agora vai dizendo que é um assunto interno do Keve, e quando chegar ao BNA então se procederá a esse "exame", mas não restam dúvidas que é uma decisão que pode marcar o rumo das instituições financeiras no nosso País.

Se não houver quórum na assembleia geral prevista, tal como estabelece a Lei das Sociedades Comerciais, 50% mais um, será adiada podendo realizar-se na próxima sexta-feira, dia 30 de Abril. Devido à dispersão de capital do banco por muitas pessoas é necessária a presença física ou representação por procuração de cerca 26 accionistas. E levanta-se esta questão, porque o Expansão apurou junto de vários accionistas que isto pode acontecer, uma vez que alguns que estão contra este "negócio" vão optar por não estarem presentes em vez de votarem contra, evitando o confronto com o general Higino Carneiro, que "representa" Rui Campos neste aumento de capital. Uma espécie de "cartão amarelo".

Mas seja agora ou daqui a dias, é muito provável que este aumento de capital seja mesmo aprovado. Um dado importante para que se perceba a realidade do Banco Keve. São cerca de 50 accionistas, tem um accionista maioritário com uma participação de 6,95%, trata-se de Manuel Carneiro, sobrinho de Higino Carneiro. Tem 21 accionistas com uma participação acumulada de 63,77% (com participações entre 2% e 5% cada um) e 28 com uma participação acumulada de 29,28% (inferior a 2% cada um). Alguns deles são figuras conhecidas e Pessoas Politicamente Expostas (PEP, na sigla em inglês). Muitos deixaram de ir às assembleias há vários anos.

Também são accionistas com motivações diferentes. De um lado estão aqueles a quem foram dadas as participações, ou mesmo que as tenham pago, têm hoje uma fortuna acumulada onde estas acções do banco não têm qualquer peso. Noutro estão aqueles que na verdade pagaram as suas participações, que nunca receberam dividendos, e querem dar outro rumo ao banco para que possam ver rentabilizado o seu investimento, alimentando naturais expectativas numa gestão mais eficiente e mais rentável. E por último um outro grupo, accionistas que têm créditos por pagar (seus ou de empresas associadas) e que têm a expectativa de nunca os pagar, ou pelo menos só daqui a muitos anos.

(Leia o artigo integral na edição 621 do Expansão, de sexta-feira, dia 23 de Abril de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)