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"A formação nas artes é tão importante quanto as outras áreas"

Osvaldo Ferreira

Venceu o Grande Prémio Ensarte na categoria de pintura 2021, com a obra "Wa Mu Zunga". Planeia realizar uma exposição individual este ano, uma espécie de retrato dos aspectos sociais que enfrenta e em que vive, comum a qualquer angolano.

Como foi receber a notícia do prémio Ensarte?

Foi bastante gratificante, visto que todo o profissional gosta de ter um reconhecimento do seu trabalho.

"Wa Mu Zunga" é a obra que lhe deu o prémio. O que quer dizer?

"Wa Mu zunga" em Kimbundu é "aquele que zunga" em português. Trata-se da representação quotidiana de pessoas que sustentam as suas famílias com base na venda ambulante (zunga), em virtude das grandes assimetrias sociais. O prémio Ensarte diz-me muito, deste modo tenho o nome gravado na história das artes em Angola.

Presta uma atenção especial aos assuntos sociais? Porquê?

Sim, presto, porque faço parte destes mesmos assuntos. Ou seja, só existe um vencedor em pintura nesta edição porque alguém um dia fez o trabalho da zunga para que eu existisse hoje como pessoa e como artista.

Quando foi que descobriu o gosto pela pintura?

A pintura surgiu na minha vida de forma natural. É bem verdade que tive que fazer uma formação para agregar valores naquilo que já trazia como dom.

É fácil conciliar as funções de professor e pintar as cores do seu eu?

Hoje para mim é fácil conciliar as duas funções pelo facto de ser professor de arte também. Sendo assim não saí da minha zona de conforto. Não diria que existe uma mais sacrificada que a outra, porque na verdade faço arte com as duas.

E se tivesse que decidir entre elas, qual seguiria?

Ainda assim se tivesse que escolher ficaria com a pintura.

Além da pintura também desenha. Tem preferência entre as técnicas?

Para pintar uso o lápis, mas os pincéis é a técnica que mais me encanta, o óleo sobre tela, e o estilo é o realismo. Desta forma permite-me mostrar o que há de mais profundo nas minhas representações.

A realidade económica actual faz ironizar com humor ou chorar?

A actualidade económica em Angola não me faz rir nem chorar. Na verdade faz-me seguir enfrentando barreiras para melhores dias.

Que cores usaria para descrever o momento de crise que o País atravessa?

Para os dias de hoje usaria todas as cores possíveis para descrever que vivemos momentos de turbilhões, decisões, informações ,instabilidade, medos e anseios.

(Leia a entrevista integral na edição 625 do Expansão, de sexta-feira, dia 21 de Maio de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)