A Associação Angolana de Defesa do Consumidor de Serviços e Produtos Bancários (ACONSBANC) admite que o País enfrenta "um grande desafio para minimizar os elevados níveis de fraude no serviço Multicaixa Express", uma prática que se estende por todas as regiões do País. O baixo nível de escolaridade de alguns clientes bancários e a elevada quantidade de informação disponível sobre o sistema financeiro, acabam por ser os grandes facilitadores, admite a ACONSBANC ao Expansão.

De acordo com o presidente da associação, Nelson Prata, "o baixo nível de escolaridade dos clientes bancários acaba também por ser "ouro sobre azul", porque facilmente se deixam enganar", acredita o dirigente associativo. Nos últimos dois anos, só em Luanda, aquela entidade registou 69 queixas de fraude por falsos aplicativos Multicaixa Express (disponíveis na internet), segundo Nelson Prata.

Os registos indicam que a ACONSBANC recebe duas queixas de fraude por dia. A situação preocupa a associação que defende os clientes bancários, por isso, tem publicado nas suas páginas nas redes sociais alertas com instruções precisas para que os consumidores e clientes não se deixem enganar.

Nelson Prata apela a todas as instituições, com realce para a EMIS, enquanto entidade gestoras da rede Multicaixa, e para o BNA, enquanto regulador do sistema financeiro, bem como à Justiça, a juntarem-se no sentido de cerrarem fileiras para reduzir este fenómeno. A ACONSBANC, segundo Nelson Prata, recebe até denúncias sobre pessoas "que vêm da Nigéria e Brasil para defraudar o nosso sistema financeiro". Entre as reclamações mais apresentadas pelos consumidores destacam-se as enchentes e falta de carregamento nos terminais ATM, clonagem de cartões, movimentações indevidas nas contas dos clientes e de clientes falecidos, bem como morosidade no atendimento ao público.