Possível cessar-fogo afecta crude
A possibilidade de um acordo de cessar-fogo e o aumento das reservas nos EUA penalizaram o petróleo. Já a provável recessão nos EUA e a expectativa de corte da taxa de juro pela Fed dominaram sentimentos dos investidores
Os preços do petróleo negociaram em queda nos últimos dias, numa semana em que foram comunicados aumentos nos stocks de crude nos EUA na ordem dos 347 mil barris referente à semana anterior. Adicionalmente, a descida do preço do barril de petróleo reflectia a possibilidade de se chegar a um acordo de cessar-fogo no conflito entre Israel e o Hamas, após notícias de que o Governo israelita terá expressado o seu acordo na proposta de paz em discussão.
Os investidores também demonstraram preocupações em relação à fraca perspectiva quanto à economia chinesa, que é um dos maiores importadores de petróleo do mundo e que registou queda na actividade industrial. Em relação à semana anterior, o West Texas Intermediate (WTI), referência para os EUA, perdia 6,11% para 73,45 USD/barril, enquanto o Brent, o benchmark para a Europa e Angola, recuava 2,83% para 77,50 USD/barril.
Esta semana foram divulgados nos EUA dados do mercado de trabalho, que indicaram uma redução do pedido de auxílio de desemprego no País, sugerindo um fortalecimento do mercado laboral, o que reduz os receios relativos à possibilidade de uma recessão económica nos EUA e diminuiu a incerteza sobre o corte de juros da Fed no próximo encontro. O mercado continua também expectante em relação à divulgação de mais dados económicos na Europa e das actas da última reunião da Reserva Federal (Fed), que pode vir a reforçar a narrativa "dovish" que se refere em manter ou reduzir a taxa de juros.
As principais bolsas de valores internacionais registaram ganhos significativos em comparação à semana anterior. Nos Estados Unidos da América, o índice de referência S&P 500 acumulou uma valorização de 2,99%. Na Europa, o Euro Stoxx 600 avançou 2,38% em relação à semana anterior. Os preços do ouro somavam mais de 1% na semana, sendo que cada onça custava 2 508,64 dólares americanos. Entre os factores que influenciaram este desempenho do metal amarelo, esteve a fraqueza do USD. O Índice Bloomberg que acompanha o Dólar americano perdia 1,05% no acumulado da semana.
Por fim, importa referir que os dados finais sobre a inflação homóloga de Julho da Zona Euro, confirmaram uma aceleração de 0,1 ponto percentual para 2,6% em relação ao mês de Junho. Por outro lado, os Juros da dívida agravam-se na Zona Euro, com as yields das Bunds alemãs a 10 anos, referência para o continente, a crescerem 0,7 pontos base para 2,218%.