Preço de comercialização do Jet A1 já subiu 45,2% para 662,1 Kz desde o início do ano
Hoje em Angola os preços são mais altos do que lá fora. O PCE da TAAG, Eduardo Sória, diz que é tempo de "relançar a discussão da revisão de metodologia de definição do preço ou atribuição de subvenção".
O preço de referência de comercialização ou de venda na Aeroinstalação do Jet A1 subiu 45,2% desde o início do ano, saindo de 455,9 Kz em Janeiro para os 662,1 Kz que vigoram desde o início deste mês, de acordo com cálculos do Expansão com base nos dados do Instituto Regulador de Derivados do Petróleo (IRDP).
A subida do preço do barril de petróleo a nível internacional, empurrado indirectamente pela invasão Russa à Ucrânia, teve efeito na subida dos preços do barril de petróleo e, consequentemente, dos seus derivados, como o Jet A1, o combustível utilizado na aviação. O preço de referência de ajustamento internacional, ou preço próximo a mercado de commodities saiu de 315,5 Kz em Janeiro para 519,85 neste mês, um salto de 64,7 %. O preço de referência do mercado das commodities chega às companhias já com as margens da importação, da distribuição e da instalação nas aeronaves.
Deste modo, as companhias estão a pagar por cada litro de combustível em Angola, incluído os impostos e taxas, 662,2 Kz equivalente a 1,53 USD ao câmbio da passada quarta-feira. Depois da paralisação do sector da aviação por imposição da pandemia, a alta de preços do Jet A1 configura um novo desafio para as companhias aéreas.
De acordo com Belarnício Muangala, director geral da Fly AO, em declarações ao Expansão em Junho, na estrutura de custos operacionais, os gastos com combustíveis daquela companhia chegam a 30% e isso tem reflexo natural nos preços dos bilhetes. "O Jet A1 tem estado a subir com o aumento do preço do barril de petróleo, e o Ministério das Finanças tem aumentado o preço ciclicamente", lamenta o gestor da companhia aérea privada com voos domésticos regulares. Com os gastos em combustíveis a representarem um peso significativo nas operações das companhias, os bilhetes de passagem acompanham essa tendência de subida.
Já para o PCE da TAAG, Eduardo Sória, o preço do combustível para aviação continua a ser mais alto do que os preços vigentes nos mercados internacionais, penalizando o desempenho operacional da companhia e todo o sector de transporte aéreo no país."Estamos a sair de um período desafiador devido à pandemia global e agora as altas taxas de inflação, especialmente no petróleo, que está a afectar o negócio de transporte", disse em entrevista à revista The Business Year. O gestor referiu que 50% do custo operacional de longo curso é basicamente com combustível.
Entretanto, em resposta a questões do Expansão, Eduardo Sória sublinha que é "relevante relançar a discussão da revisão de metodologia de definição do preço ou atribuição de subvenção aos combustíveis, por forma a compensar a diferença de preços praticados em Angola em relação aos praticados fora do país". A actualização dos preços de referência do Jet A1 é feito mensalmente pelo IRDP e o MinFin