Angola volta a emitir eurobonds no próximo ano
O Estado vai voltar a financiar-se através da emissão de eurobonds no próximo ano, avançou hoje a ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, escusando-se a revelar o montante.
A ministra falava durante um encontro com jornalistas que visava discutir temas relacionados com o Orçamento Geral do Estado para 2022, cuja proposta foi aprovada na generalidade a 9 de Novembro e segue agora para discussão na especialidade.
Actualmente, o país deve 8 mil milhões dólares a investidores internacionais por via de títulos emitidos em moeda estrangeira (eurobonds), valor que corresponde a 17% do total da dívida externa governamental, equivalente a 46.135 milhões dólares no final do primeiro semestre de 2021, de acordo com o relatório de execução orçamental do segundo trimestre.
O Estado estreou-se na emissão de eurobonds em Novembro de 2015, angariando então, no mercado externo, cerca de 1.500 milhões de dólares através de um consórcio de bancos liderado pelo norte-americano Goldman Sachs International e que incluiu ainda o alemão Deutsche Bank e os chineses da ICBC International.
Os juros da primeira emissão de eurobonds foram confirmados em 9,5%, a liquidar aos dias 12 de Maio e 12 de Novembro de cada ano, a partir de 2016, com uma maturidade a 10 anos.
Em finais de 2019 foi a última vez que Angola emitiu títulos em moeda externa, um total de 3.000 milhões de dólares, divididos em duas parcelas: uma de 1.750 milhões dólares, com maturidade a dez anos e uma taxa de juro do cupão fixada em 8,00%; e uma outra a 30 anos de 1.250 milhões dólares, com uma taxa de juro de 9,125%.
Na ocasião, o Executivo aproveitou o facto de as taxas de juro da dívida soberana nos mercados desenvolvidos estarem em mínimos históricos e os investidores procurarem taxas mais atractivas nos mercados emergentes.