A primeira edição da revista angolana de ciência económica "Economicus", editada pelo Centro de Investigação económica da Universidade Lusíada de Angola CINVESTEC-ULA, publicada esta semana, traz um novo modelo teórico para calcular as previsões económicas. No artigo científico intitulado Elasticidade-preço da procura ajustada, o autor apresenta um modelo adaptável à realidade económica dos países africanos, particularmente em Angola, onde a inflação cresce em grande escala.

"O nosso modelo traz um melhoramento para os modelos que os economistas utilizam para fazer previsões económicas, estimação entre variáveis macroeconómicas. Trouxemos um aumento na precisão das estimativas, porque os modelos que utilizamos actualmente é essencialmente para variações pequenas, por exemplo, se a inflação for 3%, mas se a inflação for 25% a 50% as estimativas geradas não dão certo, e quando as estimativas começam a falhar, as metas estabelecidas poderão estar engessadas, poderão fazer projeções que não têm a ver com a realidade e, isso reduz o efeito das políticas macroeconómicas", explicou o autor do artigo, Pascoal de Guimarães.

Para o investigador, o modelo sugerido no artigo traz maior assertividade, para que quando as políticas forem implementadas possam ter efeito sobre as vidas as pessoas. Acrescentou que a elasticidade permite saber quanto é que varia a procura de um determinado bem, em termos percentuais quando preço aumenta ou diminui em termos percentuais. Sendo que a nova fórmula é mais abrangente no sentido de que dá valores reais quando as variações de preços são pequenas e quando são largas. "Os países africanos vivem variações macroeconómicas muito largas, tal como a taxa de câmbio. E a teoria que trouxemos enquadra-se na nossa realidade", garantiu. ~

Para Pascoal de Guimarães, do ponto de vista económico aplicar uma teoria que se distancia de uma realidade não traz resultados positivos, por isso há necessidade de se estudar modelos que se adequam às realidades das economias.

A primeira revista "Economicus" é composta por 12 textos originais, sendo oito artigos científicos, um texto de opinião e três trabalhos de fim de curso, escrito por mais de 10 autores. A revista terá uma periodicidade anual e está a aberta para colaboração de outros autores. Numa primeira fase foram publicados 40 exemplares. A revista impressa custa nove mil Kz, e o PDF tem um valor de sete mil Kz. Segundo o director CINVESTEC, Heitor de Carvalho, a revista surge no mercado para dinamizar e divulgar a ciência económica.