O arranque do projecto de ligação entre Angola e Brasil através de um cabo submarino de fibra óptica (SACS - South Atlantic Cable System), que vai atravessar o Atlântico Sul, está previsto para princípios de 2014 e terá uma duração de cerca de 18 meses, anunciou o presidente da Angola Cables, António Nunes.

O projecto, liderado pela Angola Cables, empresa de telecomunicações que tem como accionistas as cinco principais operadoras nacionais de telecomunicações de rede fixa e móvel, conta ainda com a parceria da empresa brasileira Telebras.

Segundo o presidente do conselho de administração da empresa angolana, António Nunes, o cabo submarino "vai permitir a interligação entre os continentes africano e sul-americano, sendo esta considerada como a primeira conexão em fibras ópticas submarinas a interligar o Atlântico Sul".

António Nunes explicou que a Angola Cables "vai colocar o cabo submarino em Sangano e irá até à cidade de Fortaleza, no Nordeste brasileiro pelo Atlântico Sul, com um comprimento de 6 mil quilómetros e uma espessura do tamanho de um dedo".

O presidente da Angola Cables adiantou ainda que, com a entrada em funcionamento deste projecto, a empresa perspectiva criar 17 postos de trabalho para além dos 63 já existentes.

A empresa está também a candidatar- se a ser o IXP regional da SACS - a plataforma de ligação para todos os países vizinhos em termos de Internet -, em colaboração com o Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, para ser exchange point da Internet da região da SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral).

O ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, José Carvalho da Rocha, que esteve na conferência de imprensa realizada pela Angola Cables, disse que tal trará uma mais-valia para o sector, e garantiu que vai continuar a apoiar todas as iniciativas.

"Queremos que a empresa, tal como é o seu objecto social, contribua para que, cada vez mais, haja infra-estruturas de forma a servir a população", adiantou. O País vai investir 48,7 mil milhões Kz (500 milhões USD) para a melhoria das telecomunicações sem fios em terra, no mar e no espaço, a fim de atrair investimentos e diversificar a economia, actualmente muito dependente do petróleo.

Angola está envolvida num projecto de um satélite russo, com um investimento de 29 mil milhões Kz (300 milhões USD), cujo lançamento está previsto para 2017. Para além disso, a Angola Cables está a apoiar a Federação Angolana de Vela (team da Angola Cables) na prova da Regata Internacional Cape Town-Rio de Janeiro, que será composta por duas embarcações.

A regata vai partir no dia 4 de Janeiro de 2014 de Cape Town (África do Sul), e a Angola Cables vai realizar eventos nesta cidade a partir do dia 28 do mesmo mês. A empresa prevê na ocasião anunciar a sua marca, tendo a regata uma duração de três semanas, com previsão de chegada à cidade do Rio de Janeiro (Brasil) no dia 4 de Fevereiro.