Inapa Angola supera expectativas e cresce 40% em 2013 com novos produtos
Negócio aumenta 40%, acima dos 15% previstos. Casa-mãe portuguesa regressa aos lucros depois de perdas de quase 800 milhões Kz em 2012.
As vendas da Inapa Angola subiram 40% em 2013, face a 2012, revela ao Expansão o director-geral da distribuidora de papel, embalagens e de comunicação visual. A ajudar ao crescimento, diz Horácio Fonseca, está o alargamento da oferta da empresa.
Em 2013, afirma o gestor, a Inapa Angola introduziu novos produtos no mercado, nomeadamente costumáveis gráficos e produtos de embalagem. "O negócio em Angola tem vindo a desenvolver-se gradualmente e de acordo com a estratégia delineada. No último ano, o crescimento acompanhou o desenvolvimento económico de Angola e do sector gráfico", explica. A Inapa opera no País desde 2009, dispondo de um armazém com uma área de cerca de mil metros quadrados em Viana. A empresa olha para Angola "numa perspectiva de médio e de longo prazo", o que explica "a formação de equipas locais e o investimento na melhoria da localização do armazém", disse.
Há um ano, em entrevista à edição de Angola do Sol, o gestor admitira que poderia ser necessário aumentar a capacidade do armazém para suportar o crescimento do negócio. Na altura, Horácio Fonseca revelou que em 2013 seriam introduzidos novos produtos no mercado, estimando crescer cerca de 15% nas vendas - previsão que acabou por se revelar conservadora. Em 2012 a Inapa Angola crescera 20%, face a 2011, facturando cerca de 2,3 milhões EUR (perto de 310 milhões Kz) com a venda de aproximadamente 800 toneladas de papel.
A operação angolana teve resultados líquidos positivos, que o gestor não detalhou, mas o grupo, no seu conjunto, sofreu perdas de 5,7 milhões EUR (cerca de 767 milhões Kz). Em Angola, a Inapa tem como principais clientes as gráficas mais relevantes, como a Imprensa Nacional, a Dahmer, a Litotipo e as Edições de Angola. Para além de Angola e Portugal, a Inapa está presente na Alemanha, Espanha, França e Suíça. Em 2013, a casa-mãe portuguesa - que detém 100% da Inapa Angola - voltou ao verde, apresentando lucros de cerca de 1,3 milhões EUR (175 milhões Kz), num ano marcado por uma quebra de 6,2% no negócio de venda de papel (para 798 mil toneladas) e por ganhos de 20% e de 14% nos segmentos de embalagens e comunicação visual, respectivamente.
A recuperação "reflecte o resultado da execução da estratégia de médio e longo prazo assente na diversificação geográfica e da carteira de negócios a par do esforço de eficiência", explica o grupo em comunicado.
Segundo os resultados, disponíveis no website da empresa, "para além de mais de 95% do negócio do grupo ser feito nos mercados internacionais, a contribuição dos negócios complementares [embalagem e comunicação visual], conseguiu contrariar e compensar a queda verificada no negócio do papel". Os negócios complementares valem 14% das vendas do grupo e quase 30% do resultado operacional. Os riscos de crédito e a falta de formação de quadros constituem os principais "constrangimento" no negócio em Angola, admite Horácio Fonseca.
David Rodrigues