O número de subscritores de serviços de telemóveis em 2024 aumentou apenas 3% face a 2023 para 26,4 milhões. Esse foi o menor crescimento desde 2020, quando o mercado foi fortemente impactado pela pandemia de Covid-19.

Este crescimento mais lento nos últimos 12 meses, segundo os relatórios estatísticos de 2024 do INACOM, demonstra que o mercado está atingir uma fase de maturidade, ou seja, já está bem consolidado e com menos espaço para crescimento rápido.

Durante o período 2020- -2023, a média anual de crescimento foi de 22%. Sendo que o ponto mais alto foi em 2022, altura em que o mercado foi "aquecido" com a entrada de um novo operador, a Africell, que iniciou as operações apenas em Luanda. Neste período, o mercado cresceu 55% para 23,7 milhões de cartões SIMs activos.

Com a expansão para outras províncias dos serviços da operadora de origem americana, em 2023, houve um crescimento mais moderado de 8,5% para 25,7 milhões de subscritores. Assim, a taxa de penetração de telemóveis manteve-se a mesma que a de 2023, à volta dos 75%, abaixo da taxa média em África, fixada em 83%, e da média mundial (103%), conforme a Statista, plataforma alemã que estuda o crescimento digital no mundo.

Já em termos da quota do mercado, a Unitel continua líder com 73% da quota do mercado, com os seus mais de 19,3 milhões de assinantes, registando uma queda de um ponto percentual (p.p.) face a 2023. Imediatamente a seguir vem a Africell, que aumentou a sua presença para 25%, e já conta com mais de 6,6 milhões de subscritores.

A operadora privada, que está apenas em três províncias (Luanda, Benguela e Huíla), beneficia também da "morte lenta" da Movicel, que já só tem 2% do mercado de telefonia móvel, tendo caindo mais 2 p.p em 2024. Em relação aos subscritores de internet móvel, o mercado cresceu 13,5% para 12,6 milhões de subscritores, impulsionado pelo aumento de outros dispositivos (que não sejam telemóveis) conectados à rede, que cresceu 79,3%, para 3,12 milhões em relação ao ano anterior. Já os telemóveis com internet cresceram apenas 1,4% para 9,52 milhões.

No segmento de internet móvel, a taxa de penetração fixou-se em 36% para cada 100 habitantes, tendo crescido 4 p.p. em relação a 2023. Este crescimento esteve associado à melhoria na cobertura de rede, associada à introdução de pacotes de dados mais atractivos e acessíveis, segundo o INACOM.