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Opinião

China já é o que mais vende para Angola

Editorial

Observando os dados oficiais sobre as estatísticas do comércio externo produzidos pela Administração Geral Tributária (AGT) salta à vista um novo paradigma.

A China, que até aqui era o principal país de destino das exportações angolanas, passou a liderar também a lista dos 20 principais países de origem das mercadorias compradas por Angola, ultrapassando Portugal.

De Janeiro a Junho deste ano, e de acordo com os dados estatísticos enviados ao Expansão, o "gigante" asiático foi o principal exportador de mercadorias para o nosso País, com um valor aduaneiro de 198,9 mil milhões Kz, o que representa um aumento de 13,9%, em relação ao período homólogo de 2014.

Portugal caiu para a segunda posição, ao registar uma queda de 27,2% nas compras feitas por Angola. Tudo indica que o incremento das linhas de créditos chinesas, que beneficiam grosso modo as empresas daquele país, à luz dos acordos de financiamento, tenha contribuído para o assalto da China ao primeiro lugar.

De resto, com a desvalorização do euro face ao dólar norte-americano, os produtos lusos acabam até por estar mais competitivos. No quadro dos países que mais exportam para Angola, outra surpresa é o posicionamento da República da Coreia do Sul, com uma variação para cima de 396,4%, face a igual período do ano transacto, entretanto, tudo motivado pela venda ao nosso País de uma plataforma de sondagem ou perfuração, justifica a AGT.

A Coreia do Sul ultrapassou parceiros como os Estados Unidos da América, Africa do Sul, Brasil, África do Sul e Emirados Árabes Unidos, este último que deixou de fazer parte do 'Top Five', sendo relegado para o 11.º lugar.

Do exterior, angola importou maioritariamente partes de máquinas de sondagem ou perfuração, que tiveram um peso de 140,0 mil milhões Kz, ultrapassando a compra pelo País dos óleos de petróleo que caiu 46,4%. No período em referência, realce ainda para a queda na importação de viaturas, designadamente de 46,1% nos automóveis de passageiros, 55,5% em veículos para transporte de mercadorias e 43,5% na compra ao exterior de veículos automóveis de transporte de 10 ou mais pessoas.

Dos produtos que o País mais vendeu, como sempre, sobressaem os óleos brutos e não brutos de petróleo, assim como os diamantes trabalhados, mas não montados nem engastados, maioritariamente na China. Perante os factos, é caso para dizer que "o negócio da China" é que está mesmo a 'bater'.

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