Cabo de fibra óptica encurta distâncias entre Angola e o resto do mundo
Angola ficará mais próxima do mundo quando, ao longo do primeiro trimestre deste ano, for iniciado o projecto de construção do South Atlantic Cable System (SACS), um cabo de telecomunicações de fibra ótica, também conhecido como cabo Angola-Brasil.
O projecto, que deverá ficar concluído em 18 meses, é a primeira ligação transatlântica de fibra óptica do hemisfério sul, e vai concorrer com outros dois cabos, o South Atlantic Express Cable e o WASACE South Cable, mas fonte da Angola Cables disse à Lusa que a sobrevivência financeira da iniciativa está assegurada, por se tratar de "um projecto de âmbito estratégico entre os dois países", Angola e Brasil.
"O SACS é uma rede de desenvolvimento das telecomunicações em África e é o primeiro sistema transatlântico do hemisfério sul a ligar o continente africano à América do Sul, uma alternativa às ligações africanas com o resto do mundo", disse António Nunes, presidente do Conselho de Administração da Angola Cables.
O novo cabo submarino permitirá ainda um acesso mais rápido da América do Sul à Ásia, eliminando a passagem pela América do Norte e Europa e diminuindo a distância entre as bolsas de São Paulo e Hong Kong, com cortes de custos da ordem dos 80 por cento.
"Pode ser bastante interessante para a banca", acrescentou António Nunes.
A Angola Cables, empresa criada em 2009 e detida pela Angola Telecom (51%), Unitel (31%), Mstelecom (9%), Movicel (6%) e Startel (3%), pretende "transformar Angola num dos principais eixos africanos de telecomunicações".
O SACS terá um comprimento de cerca 6 mil quilómetros e ligará Luanda a Fortaleza, no Brasil, onde encontrará outro cabo que liga a Miami, nos Estados Unidos e o porto brasileiro de Santos.
A Angola Cables integra ainda o consórcio WACS (West Africa Cable System) juntamente com mais 14 operadores europeus, entre os quais a Portugal Telecom, e africanos, como a Cabo Verde Telecom, num projecto orçado em 90 milhões de dólares.
Lusa / Expansão