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Angola

Os BRICS juntam outros países e reforçam importância na futura ordem mundial

CHINA VAI LIDERAR UM NOVO BLOCO ECONÓMICO

China, Índia, África do Sul e Brasil mantêm o estatuto de neutralidade neste conflito, criando condições para que outras nações, fundamentalmente asiáticas e africanas, se possam juntar a eles na futura ordem mundial.

Hoje parece claro que a tão "propagada" globalização que adveio da queda do muro de Berlim chegou ao fim. O mundo vai voltar a viver em blocos, sendo que a maior diferença é que agora a China se assume como uma nação de poder planetário, arrastando atrás si outras nações em desenvolvimento que na verdade pouco protagonismo tinham no passado. Estamos muito longe do mundo dividido entre Estados Unidos e União Soviética dos anos 1970 e 1980. Embora tudo dependa da forma como a China se vai posicionar, é de prever que à volta do gigante asiático possa nascer no futuro outro grande bloco económico, juntando fundamentalmente países asiáticos, africanos e sul-americanos. É neste contexto que também devem ser feitas as análises.

Alves da Rocha destaca que "vai ser curioso acompanhar a possível metamorfose ao nível dos Brics (alfobre de uma Nova Ordem Mundial?), grupo que, com excepção do país invasor, se absteve nas votações do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral das Nações Uni[1]das". "É actualmente talvez a mais poderosa congregação económica a nível mundial, com uma matriz de relações comerciais internacionais predominante e um suporte financeiro próprio. A China é claramente o país mais dominante desta coligação económica e a sua influência mundial não pára de aumentar, continuando a prever-se ser a economia que mais vai crescer no mundo até pelo menos 2035".

O economista e investigador reforça: "O modelo de desenvolvimento chinês é muito atractivo para os países africanos, ainda envoltos nas teias dos círculos viciosos do subdesenvolvimento. O modelo russo-soviético tem pouco interesse para os países africanos, porque ainda não liberto de algumas das amarras marxistas-leninistas do seu passado. O século XXI será o da China (mais alargadamente da Ásia, com Coreia do Sul e Índia). E isto é que tem de contar para o futuro. Desde praticamente o final dos anos 1990 do século passado que se vem assistindo a uma desocidentalização do desenvolvimento económico mundial, que não está apontada à Rússia e aos seus satélites, mas sim à China e seus companheiros de viagem".

Posição do País

E onde se deve situar Angola nesta nova ordem mundial? É a pergunta que certamente se coloca a quem deve decidir o posicionamento, nos próximos meses, do País. Heitor Carvalho sublinha que como economista pensa que Angola deve "manter a maior equidistância possível", mesmo que isso possa trazer alguns problemas ou menores ganhos no curto prazo. "Em primeiro lugar, porque é nosso interesse económico e estratégico a existência de um mundo multipolar onde possamos beneficiar das vantagens que cada um nos oferece. Ao contrário, um pólo económico todo-poderoso não poderá trazer-nos nada de bom. Em segundo lugar, porque não sabemos se haverá um vencedor e, mais importante ainda, quem será".

E acrescenta: "A Rússia é um poder em declínio mas pode revigorar-se numa relação forte com a China. A situação interna da Rússia pode alterar-se e conduzir a uma aproximação maior ao ocidente com uma mudança de regime. Mas também pode aproximar-se mais à China. A China é o poder mais dinâmico no mundo de hoje, mas os EUA/UE são, ainda, um poder muito mais forte. Não é perfeitamente claro quem poderá sair do confronto como dominante. No curto prazo, a vantagem está com o ocidente, que é o potentado mais poderoso, mas mais vale perder um pouco hoje para viver melhor amanhã".

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