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Angola

Condições da refinaria de Cabinda foram alteradas

Em dois anos e meio

A história da refinaria de Cabinda desde a entrega ao grupo Gemcorp já passou por diversas alterações ao longo do tempo e que passamos a explicar.

Quando o projecto foi entregue por adjudicação directa ao grupo Gemcorp a 30 de Outubro de 2019, há dois anos e meio, depois de ter sido comunicada a rescisão do contrato à United Shine dois dias antes, foi apresentado como sendo um investimento de um pouco mais de 300 milhões USD e com um prazo de execução para a primeira fase de 18 meses. Pouco tempo depois então explicou-se que o investimento seria de 470 milhões USD e que o prazo para entrada em funcionamento era o final de 2021.

Em Outubro de 2020 foi comunicado que afinal o projecto ia custar 920 milhões USD, ao que se juntavam mais 30 milhões USD para a construção de dois pipelines de gasóleo e gasolina da refinaria para o Terminal Oceânico de Cabinda, e que o prazo para a primeira fase passava a ser o final do 1º trimestre de 2022. Foi também dado a conhecer que as obras seriam realizadas pelo consórcio Lambert (a Lambert Eletronic a comandar com as empresas Mota-Engil e Omatapalo como construtoras), por ter vencido o concurso internacional concluído nos finais de 2019.

Em entrevista ao Expansão publicada no início de 2021, o ministro Diamantino de Azeve[1]do falava pela primeira vez num novo prazo, o final do 1º semestre de 2022. Também poucas semanas depois ficou a saber-se que afinal seria a Odebrechet a fazer as obras das infraestruturas necessárias para receber o os módulos de refinação.

Este foi o prazo que se manteve, apesar de o Expansão ter avançado na sua edição de 10 de Dezembro de 2021 que este já não se iria cumprir. Ainda assim, na entrevista colectiva de 6 de Janeiro deste ano, o Presidente João Lourenço voltava a falar como prazo para entrada em funcionamento da 1ª fase o final de Junho de 2022.

Foi depois na ida a Cabinda, num acto de massas, que João Lourenço falou que o prazo para a primeira fase da refinaria passava então para o final do ano. Rapidamente foi assumido por todo o discurso oficial. No balanço desta viagem aos Estados Unidos também houve uma alteração aos custos da refinaria, com os meios de comunicação social públicos, Angop e Jornal de Angola, a falar de custos de mil milhões de dólares.

Ou seja, apesar dos condicionalismos que todos reconhecemos, a verdade é que apenas em dois anos e meio os custos estimados da refinaria triplicaram e o prazo de execução aumentou um ano. Pelo meio, o projecto recebeu também o maior pacote de incentivos fiscais alguma vez atribuídos a uma empresa privada.