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Mel do Moxico quer sair do artesanal para uma produção semi-industrial

UM POTENCIAL POR EXPLORAR

A província do Moxico é também conhecida por ser a terra do mel, apesar de a produção continuar a ser artesanal, sem objectivos comerciais. Marca "Mel Luso do Moxico" está a mudar essa realidade através da aposta em equipamentos para uma produção semi-industrial. Os primeiros investimentos já foram feitos.

A empresa Luso - Sociedade de Comércio Geral e Representações, fundada em 2021, vende mensalmente, em média, 2 toneladas de mel em Luanda, o que corresponde a 24 toneladas por ano. Estas quantidades vêm de produção própria nas regiões de Cangombe e outras, na província do Moxico, mas também da compra de mel a pequenos produtores locais. Trata-se de uma produção residual em comparação com o potencial que a província tem relativamente a este produto.

A actual produção do mel através de colmeias artesanais depende totalmente da " boa vontade" das abelhas e da natureza, sendo ela sazonal, o que a torna de muito baixo rendimento. Para aumentar a produção própria da empresa para uma média de 3 ton/mês de mel, 36 ton/ano, foram instaladas as primeiras 50 colmeias industriais, no município do Camanongue, na regedoria de Muacandala, a leste da sede provincial, Luena.

A meta é chegar às duzentas colmeias até ao final do ano, e mil daqui a 5 anos, dando asas ao sonho que Arlindo Sacaximbi, proprietário da marca "Mel Luso do Moxico", quer tornar realidade, tornando-se no maior produtor de mel do País. As novas colmeias foram adquiridas com os fundos próprios e custaram 55 mil Kz cada uma ou 2,75 milhões Kz para a aquisição das 50 colmeias.

Além da instalação de colmeias, foram também plantadas mil árvores no perímetro onde estão a ser instaladas as colmeias modernas. São árvores especificas capazes de produzirem flores e néctar em vários períodos do ano, o que vai induzir à produção de mel e permitir extracção duas vezes por ano, isto é, em Setembro, Outubro e Novembro, a maior colheita, mas também entre Maio e Junho.

"As árvores que foram plantadas em Março deste ano vieram da Humpata, na região sul do País, da província do Huíla. Estão a ser irrigadas por um sistema instalado no perímetro de produção de mel, e em quatro meses estarão a produzir flores, e depois as abelhas vão fazer o seu trabalho", explica Arlindo Sacaximbi.

Do sítio do plantio de árvores até às colmeias são 300 metros, para minimizar o esforço das abelhas, apesar de serem capazes de procurar o néctar e a água percorrendo até 3 quilómetros. Com estas condições criadas, a produção do mel do Moxico, vai deixar de "depender da vontade e da bondade da natureza", já que no grupo de colmeias instaladas, há entre elas "colmeias isco" que atraem as abelhas através do favo de mel contido no artefacto. Das colmeias isco, as abelhas são depois introduzidas nas colmeias de produção.

"A apicultura ainda não é uma actividade feita profissionalmente aqui no Moxico, os apicultores são agricultores e pescadores, fazem um pouco de tudo, não a encaram como uma actividade para fins comerciais. Nós demos este passo e queremos abrir um caminho para uma aposta maior", disse Armindo Sacaximbi, antigo funcionário da Administração Geral Tributaria (AGT) e que encontrou na produção de mel uma forma de viver a sua reforma. E acrescenta: "Vamos continuar a produzir artesanalmente enquanto aguardamos que a produção semi-industrial cresça, até porque sentimos que temos um compromisso com os pequenos produtores, que me consideram, de certa forma ,como o barão do mel do Moxico".

Leia o artigo integral na edição 780 do Expansão, de sexta-feira, dia 14 de Junho de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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