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Empresas & Mercados

Pandemia atira confiança dos empresários para mínimos de 3 anos

Indicador de clima económico do INE no II trimestre de 2020

A confiança dos empresários e gestores na economia no curto prazo agravou-se no II trimestre de 2020, reflexo dos efeitos da pandemia da Covid-19, atingindo o valor mais baixo dos últimos três anos, com o sector dos transportes a bater mínimos nunca vistos, de acordo com o inquérito sobre a Conjuntura Económica do Instituto Nacional de Estatística (INE). O Indicador de Clima Económico (ICE), que avalia as expectativas dos empresários sobre a evolução da economia no curto prazo, está em terreno negativo desde o III trimestre de 2015, tendo atingido o valor mais baixo no II trimestre de 2016. Os efeitos da crise do petróleo iniciada em 2014 reflectiam-se, assim, em pessimismo nos empresários.

Desde 2017, que o pessimismo estava a reduzir, mas a pandemia da Covid-19 voltou a quebrar a confiança dos empresários e gestores (ver gráficos), com o ICE a fechar o II trimestre deste ano nos -21. Este valor corresponde ao saldo das respostas extremas, diferença entre as avaliações positivas e negativas dos empresários sobre as perspectivas de evolução da economia. Ou seja, a percentagem de empresários que tem perspectivas negativas sobre a evolução da economia angolana no curto prazo excede em 21 pontos percentuais a percentagem dos que têm perspectivas positivas.

O inquérito é de âmbito nacional e envolve 1.638 empresas, divididas por sete sectores: Indústria Extractiva, Indústria Transformadora, Construção, Comércio, Turismo e Transportes.

Quanto à percepção dos empresários de cada um dos sete sectores que constam no inquérito, em seis impera o pessimismo. O sector dos transportes foi onde se deu a maior quebra, com a confiança a cair 20 pontos, atingindo o valor mais baixo de sempre. O transporte de pessoas e de mercadorias foi um dos sectores mais afectados com a restrição de circulação no âmbito do combate à pandemia. As dificuldades financeiras e a insuficiência da procura foram os principais constrangimentos no parecer dos empresários. A concorrência, o excesso de burocracia e as dificuldades na obtenção de créditos bancários são outros dos constrangimentos apontados pela maioria dos empresários deste sector.

Já o sector da construção continua a ser o mais pessimista, encontrando-se em terreno negativo desde o III trimestre de 2012. De lá para cá, a confiança dos empresários do sector atingiu o valor mais negativo no final de 2015, mas estava a recuperar até ao final de 2019. Os empresários culpam o nível elevado das taxas de juro, a insuficiência da procura e a falta de materiais, mas também as dificuldades na obtenção de crédito e a deterioração das perspectivas de vendas. O pessimismo também aumentou no sector da indústria transformadora no II trimestre deste ano, estando hoje muito próximo dos valores registados no III trimestre de 2017. A falta de matéria-prima, equipamento insuficiente e as frequentes avarias mecânicas nos equipamentos foram os principais constrangimentos. Mas a falta de água e de energia e as dificuldades financeiras também limitaram as actividades das empresas do sector, que é o segundo mais pessimista.

(Leia o artigo integral na edição 591 do Expansão, de sexta-feira, dia 11 de Setembro de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)