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Transição energética e cortes da OPEP desafiam estratégia para travar declínio no petróleo

Defendem especialistas

A transição energética e os cortes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) são um desafio è implementação da Estratégia de Exploração de Hidrocarbonetos em Angola 2020-2025 recentemente publicada em diário da república, defendem especialistas do sector.

Segundo o documento, Angola vai investir 867 milhões USD na exploração de petróleo para travar o declínio da produção, substituir as reservas de petróleo e de gás evitando chegar ao final de 2030 a produzir menos de 400 mil barris de petróleo por dia (hoje produz pouco mais de 1,2 milhões). De acordo com o decreto 282/20 que aprova a Estratégia de Exploração de Hidrocarbonetos de Angola 2020-2025, caso a implementação seja bem sucedida os investimentos permitirão o País manter os níveis de produção diária acima de 1 milhão de barris por dia até 2040.

Só que especialistas identificam a transição energética levada a cabo pelas maiores economias com maior enfoque nas energias verdes e a continuação da contribuição de Angola para os cortes da OPEP como desafios que poderão impedir o país de alcançar a meta de atracção de investimentos estrangeiros suficientes para o sector, factor crítico para o sucesso da estratégia.

Do total a investir na implementação da estratégia, o Estado deverá assegurar apenas 22,5 % por via das dotações orçamentais destinadas à concessionária nacional. Entre os que alertam para a necessidade de tomada de medidas adicionais para evitar que a transição energética prejudique a atracção de investimentos estrangeiros indispensáveis para o sucesso da implementação da estratégia de exploração de hidrocarbonetos está o docente de petróleo e gás na Universidade de Coventry no Reino Unido, Flávio Inocêncio, que recomenda que se torne o país mais competitivo que os seus concorrentes na atracção de investimento para o sector.

Tudo porque o processo da transição energética está a forçar as petrolíferas a investir cada vez menos no petróleo e inclusive várias petrolíferas já identificaram os activos da sua actual principal área de negócios, o petróleo, que pretendem vender a nível mundial. As majors pretendem manter na sua carteira de negócios apenas activos de petróleo, ou seja blocos, que estejam em países em que produzir crude é mais barato e mais rentável.

Para o partner da Deloitte para o sector de Petróleo e Gás, Frederico Martins Correia, a transição energética é um processo holístico e prolongado que decorre a nível global, ao qual não é alheio o sector petrolífero e energético de Angola.

(Leia o artigo integral na edição 600 do Expansão, de sexta-feira, dia 13 de Novembro de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)