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Suspensos há quatro anos cartões de débito Visa sem data para voltarem a ser emitidos

Banqueiros admitem que cartões só são retomados quando sistema financeiro for "saudável"

Os 25 bancos comerciais que operam em Angola decidiram afastar da sua estratégia de negócios de curto prazo a emissão de cartões de débito de marca internacional, devido aos custos do negócio, desvalorização do kwanza e crise cambial, numa altura em que as operações de levantamento de dinheiro e pagamentos com este meio de pagamento estão há quatro anos "bloqueadas" no exterior, apurou o Expansão de fontes dos bancos comerciais e da Empresa Interbancária de Serviços (Emis).

A suspensão das operações no estrangeiro e da emissão de novos cartões não resulta de uma imposição do Banco Nacional de Angola (BNA), mas das próprias administrações dos bancos comerciais, já que, ao emitir um cartão de débito Visa ou Mastercard, os custos e a logística de conversão dos kwanzas da conta bancária do cliente passam a ser da responsabilidade do banco emissor do cartão.

Um cartão de débito é um instrumento de pagamento associado a uma conta de depósito à ordem aberta junto do emissor (banco), que permite ao seu titular realizar transacções financeiras, nomeadamente pagamentos e levantamentos de numerário, através da utilização do respectivo saldo em conta.

Até Dezembro do ano passado, os angolanos detentores de cartões de débito Visa ou Mastercard completaram quatro anos sem puder fazer levantamentos, consultar saldo ou pagar qualquer conta no exterior, usando este cartão como meio. Segundo as Estatísticas do Sistema de Pagamentos, compiladas pelo banco central, 2016 foi o último ano em que se registaram operações com este tipo de cartões. Os cartões activos nesse ano movimentaram 3,4 mil milhões Kz .

Se em 2013 os utilizadores deste tipo de cartões movimentaram 25,7 mil milhões Kz, nos quatro anos imediatamente a seguir nenhum centavo foi transacionado.

De acordo com vários gestores bancários consultados pelo Expansão, a contribuir para este facto está a desvalorização da moeda nacional e a crise de divisas por que passa o País. Factores que fizeram encarecer os custos deste tipo de serviço, além do facto de que os bancos correspondentes que facilitavam as operações em moeda estrangeira com a banca nacional cortaram relações por imposição do Tesouro dos Estado Unidos.

(Leia o artigo integral na edição 613 do Expansão, de sexta-feira, dia 26 de Fevereiro de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)