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BPC com maior prejuízo de sempre na história da banca nacional

Imparidades ditam agravamento das contas em 2020

O Banco de Poupança e Crédito (BPC) registou no ano passado resultados líquidos de -535,9 mil milhões Kz, tratando-se do maior prejuízo de sempre da banca nacional, superando os 404,7 mil milhões registados em 2019.

O reconhecimento de imparidades "ditou" o agravamento dos resultados.

As contas no "vermelho" do BPC resultam essencialmente do reconhecimento de imparidades a que o banco estava obrigado, depois da avaliação de activos (AQA) levada a cabo pelo BNA aos maiores bancos angolanos no final de 2019 ter ditado necessidades de capitalização superiores a 1 bilião Kz. Como não havia capacidade para realizar esse aumento substancial de capital, o BPC optou por diferir essas imparidades para os anos seguintes (10% em 2019, 30% em 2020, 30% em 2021 e 30% em 2022). É neste sentido que os responsáveis do banco entendem que o regresso aos lucros apenas deverá acontecer depois de 2022, quando estiver concluída esta operação de limpeza de balanço. Também a descida do rating da dívida soberana verificada no ano passado obrigou o BPC e os restantes bancos a reconhecer imparidades, pelo que este facto também pesou nos resultados do ano passado.

O maior banco estatal é uma das 19 instituições bancárias que publicaram os balancetes do IV trimestre de 2020 nas suas páginas da internet. Se forem contabilizados os resultados do BPC, o agregado de 19 bancos registou um prejuízo de 223,7 mil milhões Kz, o que compara com os 14,5 mil milhões de resultados positivos alcançados em 2019.

Se não forem contabilizados os resultados do maior banco estatal, os restantes 18 bancos registaram lucros de 312,2 mil milhões Kz, ainda assim uma redução de 21% face aos 393,3 mil milhões registados em 2019.

Lucros cairam em ano de pandemia

O BFA continua a ser o "campeão" dos lucros ao registar 89,8 mil milhões Kz, ainda assim uma queda de 33% face aos 134,9 mil milhões alcançados no ano anterior. O Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) mantém o segundo lugar do ranking com 77,7 mil milhões Kz, uma queda de 20% face a 2019. Já o BAI duplicou os lucros face a 2019, com um total de 32,7 mil milhões Kz, sendo esta uma das sete instituições bancárias entre as 19 que publicaram os balancetes do IV trimestre que viram aumentar os seus lucros face a 2019. O banco liderado por Luís Lélis destronou o BIC no ranking dos lucros, que registou uma queda de 70% nos lucros, ao passar de 70,7 mil milhões para 21,3 mil milhões.

Activos cresceram 21%

Por outro lado, os activos dos 19 bancos aumentaram, em conjunto, 21% para 14,1 biliões Kz. O BAI continua a ser o banco com maior activo, superando a barreira dos 3 biliões em 2020, com o pódio a ficar concluído com o BFA e o BPC.

BIC continua a liderar crédito concedido

O BIC continua a ser o banco com a maior carteira de crédito concedido a clientes ao fechar 2020 com 662,8 mil milhões Kz, um aumento de 18% face aos 561,0 mil milhões registados em 2019. BAI e BFA mantêm o segundo e terceiro lugar no ranking do crédito. A carteira de crédito dos 19 bancos registou uma subida de 8% face a 2019.

(Leia o artigo integral na edição 614 do Expansão, de sexta-feira, dia 5 de Março de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)