Guiné Equatorial acolhe a partir desta quarta-feira primeira cimeira de negócios CPLP com 250 empresários lusófonos
Angola vai estar representada por cerca de 30 empresas na primeira cimeira de negócios promovida pela Confederação Empresarial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CE-CPLP), que decorre entre esta quarta e a próxima sexta-feira, em Malabo, capital da Guiné Equatorial, que aguarda por duas centenas e meia de empresários oriundos de Angola, Moçambique, Cabo Verde e Portugal.
O encontro de empresários pretende ajudar a "consolidar a integração" da Guiné Equatorial na CPLP, que entrou como membro em 2014, procurando dar a conhecer o país "de recursos e oportunidades, colocando-o na rota do investimento estrangeiro", disse Mário Simões, vice-presidente da Comissão Executiva da CE-CPLP, que revelou que é objectivo da comunidade fazer cimeiras económicas e que a Guiné foi o primeiro país a disponibilizar-se para acolher a cimeira de estreia.
As próximas cimeiras estão marcadas para Julho, em Angola, e em Novembro na Guiné-Bissau. "O que pretendemos é levar a todos os países da CPLP, um conjunto de empresas que querem apostar neste mercado", afirmou Mário Simões.
De Portugal participam empresas dos sectores do gás, turismo, agricultura, pescas, valorização de activos, banca e formação, à procura de oportunidades de investimento.
Presencialmente vão estar vários representantes institucionais dos países lusófonos, como Angola, com a participação de uma delegação liderada pelo ministro da Indústria e do Comércio, Victor Fernandes e no caso do chefe de Estado de Cabo Verde e presidente em exercício da CPLP, José Carlos Fonseca, que vai participar do encontro via online, representado presencialmente em Malabo, pelo ministro da Indústria, Comércio e Energia, Alexandre Monteiro.
Mário Simões disse à Lusa que Cabo Verde terá presente uma missão com "quatro ou cinco empresas e com a maior câmara de comércio do país", e que a anunciada participação do Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, não deverá concretizar-se.
São Tomé e Príncipe estará representado pelo Presidente da República, Evaristo Carvalho, que com o homólogo guineense, Teodoro Obiang, serão os únicos chefes de Estado a participar presencialmente na cimeira, sendo o evento aberto por este último.
Ao longo dos três dias do encontro, estão previstas intervenções do ministro da Guiné Equatorial, das Minas e Hidrocarbonetos, Gabriel Mbega Obiang Lima, e da ministra das Pescas e dos Recursos Hídricos, Adoración Salas Chonco, do presidente da CE-CPLP, Salimo Abdula, ou do diretor-geral da CPLP, Armindo de Brito Fernandes.
O número dois da Comissão Executiva da CE-CPLP considera que "as empresas não podem continuar fechadas em casa e nos seus escritórios. Esta abertura do mercado da CPLP é para ajudar as empresas, ao fim de um ano confinadas, a poderem voltar a sair e a abrir portas para outras oportunidades de negócios", afirmou.
Recorde-se que a Guiné Equatorial é o terceiro país produtor de petróleo da África subsaariana, a seguir à Nigéria e a Angola, tendo grandes reservas de gás natural. Em 2016, o sector dos hidrocarbonetos representava cerca de 60% do PIB do país.
O Instituto Nacional de Estatísticas da Guiné Equatorial (INEGE) revela que a economia do país está em terreno negativo há vários anos, podendo retomar em 2021 um crescimento de 2,8%.
O país contava encaixar 282,8 milhões USD do acordo de resgate financeiro que assinou com o FMI em 2019, mas acabou por beneficiar de apenas 40 milhões.