A janela de transferências esteve aberta para os principais campeonatos de futebol apenas dois meses, de 1 de Julho a 2 de Setembro, tendo movimentado mais de 18 mil milhões EUR. Foi um dos anos mais movimentados, depois de em 2024 o mercado ter sido relativamente tímido. Só os clubes da Premier League compraram 3.600 milhões EUR e venderam 2.100 milhões EUR. O Liverpool, apesar de ter ganho o campeonato inglês na época passada, fez um forte investimento (486,2 milhões EUR), assegurando as três transferências mais caras desta janela - Alexander Isak (145 milhões EUR), Florian Wirtz (125 milhões EUR) e Hugo Ekitiké (95 milhões EUR). Para se ter uma ideia da dimensão do investimento, o campeão inglês sozinho gastou mais que todos os clubes da liga saudita (437,5 milhões EUR), da liga portuguesa (337,8 milhões EUR) ou da liga turca (327,2 milhões EUR).

Se alargarmos esta análise a um período de cinco anos, que mostra a estratégia de investimento dos clubes, o Chelsea aparece na frente com compras acumuladas de 2.090 milhões EUR, apesar de ter não ter conseguido ganhar qualquer título em termos internos. Ainda assim, ganhou na época passada a Liga Conferência e o novo Mundial de Clubes.

O Manchester United, que aparece no 3º lugar do ranking, gastou neste período 1.180 milhões EUR, tendo ganho apenas uma Taça da Liga e uma Taça de Inglaterra, em 2023, com José Mourinho, ficando sistematicamente abaixo do 4º lugar da Premier League e fora da Liga dos Campeões. Apesar deste investimento, tem hoje um plantel avaliado em apenas 748,2 milhões EUR, o que reflecte uma péssima gestão dos seus activos.

Na ranking das compras, os oito primeiros lugares da janela de transferências são ocupados por clubes ingleses, aparecendo na nona posição o Bayer Leverkusen, que reformulou completamente a sua equipa. Vendeu jogadores fundamentais como Florian Wirtz, Frimpong (também para o Liverpool), Amine Adli, Granit Xhaka e Jonathan Tah (total de 230 milhões EUR) e emprestou com opção de compra outros dois titulares indiscutíveis - Piero Hincapié (Arsenal) e Victor Boniface (Werder Bremen). Com estas saídas, investiu em 15 novos jogadores de menor valor e potencial elevado, onde se destacam o ex-PSV Eindhoven Malik Tillman (35 M EUR), Jarell Quansah (35 M EUR) que saiu do Liverpool e o antigo jovem dos quadros do Mónaco, Eliesse Ben Seghir (35 M EUR).

Liga Italiana cresce

Esta foi uma janela muito activa para os clubes italianos, que no total compraram 1.180 milhões EUR e venderam 1.100 milhões, com destaque para o AC Milan (comprou 162 milhões EUR e vendeu 169,3 milhões) e a Juventus (comprou 137,3 milhões EUR e vendeu 84,5 milhões). Outros clubes, como o Nápoles, Atalanta, AS Roma e Lazio, entre compras e vendas, movimentaram também verbas perto dos 200 milhões EUR. Isto pode ser explicado pela necessidade de estes clubes contrariarem o domínio do Inter de Milão.

Contrariamente a temporadas passadas, a Serie A foi a segunda liga em termos mundiais que mais dinheiro movimentou, acima da liga espanhola e alemã, o que se reflecte no valor dos planteis das equipas que disputam o campeonato. A Serie A foi a competição que mais valorizou entre as cinco primeiras nestes dois meses, +9,3%, para um valor total de 5.380 milhões EUR. Nesta altura, tem apenas um diferencial de 100 milhões EUR face à liga espanhola, que valorizou 3,2%.

Na La Liga o clube que fez maiores investimentos foi o Atlético de Madrid: gastou 176 milhões EUR, com seis contratações importantes - Álex Baena (Villareal), Dávid Hancko (Feyenoord), Johnny Cardoso (Bétis), Giacomo Raspadori (Nápoles), Thiago Almada (Botafogo) e Matteo Ruggeri (Atalanta) - e apenas duas saídas significativas - Rodrigo de Paul (Inter Miami) e Angel Correa (Tigres do México).

Já Real Madrid e Barcelona tiveram um período de transferências muito calmo. Os merengues fizeram quatro contratações com alguma dimensão - Dean Huijsen (62,5 M EUR), Álvaro Carreras (50 M EUR), Franco Mastantuono (45 M EUR) e Trent Alexander-Arnold (10 M EUR) - mas também libertaram Luka Modric, Lucas Vasquez e Jesus Vallejo, todos a custo zero. O Barcelona juntou ao seu plantel o guarda redes Joan Garcia por 25 milhões (Espanhol) e o inglês Marcus Rashford, que chegou do Manchester United por empréstimo, com opção de compra de 30 milhões EUR. Dos jogadores titulares saiu apenas Iñigo Martínez a custo zero para o Al Nassr, da Arábia Saudita.

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