Nos últimos seis meses, a cotação do Kwanza face ao Euro manteve-se abaixo dos 1.000 Kz. O movimento de valorização que se verifica nos últimos dias está relacionado directamente com os receios de uma recessão global causada pela "guerra" de tarifas iniciada por Donald Trump.

No caso de Angola, também é conhecida a correlação entre o valor do Dólar no mercado oficial e a cotação do Euro face ao Kwanza: os movimentos de desvalorização da moeda norte-americana em relação à moeda europeia costumam ser acompanhados, internamente, pela valorização do Euro face ao Kwanza.

Embora o impacto directo na economia angolana de uma eventual subida das tarifas comerciais entre os EUA e os restantes parceiros comerciais seja relativo, os efeitos indirectos, sobretudo aqueles que estão relacionados com o abrandamento da actividade económica global e a retracção da procura por petróleo (com efeitos directos nos preços do barril), podem ser alargados em Angola, sobretudo ao nível das finanças públicas e da arrecadação de receitas petrolíferas, que são a principal fonte de recursos financeiros e de divisas. Estas alterações vão pressionar a taxa de inflação em Angola, com possíveis aumentos dos preços dos produtos e serviços básicos.

Depois de uma forte valorização do Euro face ao Dólar, no final do mês de Fevereiro, quando a cotação passou de 1,046, no dia 28 de Fevereiro, para 1,085 a 7 de Março, 1 Euro chegou aos 1,109 USD no dia 3 de Abril. No dia 9 de Abril, quarta-feira, a cotação Euro/Dólar estava em 1,104.

No que diz respeito à cotação do Dólar face ao Kwanza, o valor mantém-se praticamente estacionado nos 912 Kz por USD há cerca de 4 meses, facto que levanta dúvidas sobre a actuação do BNA no mercado cambial.