Jumbo encerra após falhar injecção de 20 milhões USD
Dois anos depois da última assembleia-geral de accionistas, o histórico supermercado Jumbo vai encerrar as portas à actividade comercial por tempo indeterminado, conforme deliberação dos seus accionistas, que não injectaram, em 2023, os 20 milhões USD que eram necessários para requalificar a marca de supermercado.
A comissão executiva do Jumbo disse, em comunicado, que o encerramento surgiu "na sequência de um conjunto de factores estruturais e conjunturais que comprometeram a viabilidade da operação nos moldes actuais".
O comunicado explica ainda que a medida vai implicar a rescisão dos contratos de trabalho de dezenas de trabalhadores.
"Esta decisão, embora difícil, visa criar as condições necessárias para a reestruturação e modernização da marca, com vista à sua retoma futura num novo formato, mais competitivo, eficiente e ajustado às exigências do mercado angolano", segundo o comunicado.
A comissão executiva que chama a este enceramento temporário de "um ponto de viragem" não determina o horizonte temporal nem mesmo o plano da modernização da marca, deixando tudo em aberto.
Recorde-se que, em 2023, chegou-se a pensar na possibilidade de encerrar, no entanto, a assembleia-geral de accionistas decidiu manter as portas abertas, sendo necessários 20 milhões para dar nova vida ao primeiro supermercado angolano, que já tinha na altura as prateleiras quase vazias, o cenário que dava sinais da decadência do supermercado que foi aberto pela primeira vez em 1973.
Contudo, o Jumbo, que tem na estrutura accionista o GEFI, a holding que é o braço financeiro do MPLA, não chegou a ter em caixa o dinheiro fresco de que precisava, o que agravou a situação.
Na altura, Assunção Barros, PCE do supermercado, disse ao Expansão que a SOGEC, o principal accionista, não tinha capacidade financeira para acudir a todas as necessidades da loja. "Mas estamos empenhados e temos um plano consistente para manter as portas abertas", disse.
Agora, com o encerramento, desfazem-se as dúvidas e acaba- -se com a esperança de dezenas de funcionários que, há cerca de três meses, admitiram ao Expansão que o supermercado iria continuar de portas abertas.