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TAAG, BNA e BFA adoptam IA da SAP com desafios de recursos humanos à mistura

TRANSFORMAÇÃO DIGITAL EMPRESARIAL

A adopção da IA generativa da SAP é parte de um processo de migração do software de gestão empresarial, que está a ser levado a cabo. Apesar dos desafios da mundança, a transformação digital é obrigatória no mundo novo.

Apesar da falta de recursos qualificados e a fraca literacia digital, a TAAG, o Banco Nacional de Angola (BNA) e o Banco de Fomento Angola (BFA) são pioneiros na adopção de recursos de inteligência artificial (IA) da SAP, um dos principais softwares para gestão empresarial do mundo. Através de um processo de migração de ERP (sistema de gestão empresarial, na tradução livre) SAP ECC para o SAP S/4 Hana, tecnologia que também é utilizada por gigantes como a Apple e a Amazon, por exemplo.

A migração do SAP ECC para o SAP S/4HANA, trata-se de uma mudança para uma plataforma ERP mais flexível com base numa aplicação cloud e com recursos IA, tornando os processos da empresa mais ágeis, automatizados e seguros, já que os dados são armazenadas em nuvem.

A SAP, empresa de origem alemã com representação em Angola, tem uma IA generativa (SAP Joule), uma espécie de ChatGPT, integrada nos softwares de gestão da empresa, que permite que os utilizadores façam perguntas ao chatbot para encontrar dados específicos.

No evento organizado, esta semana, pela consultora Pwc em parceria com a SAP, que abordou a transformação digital das empresas angolanas, as companhias que estão a implementar estes recursos de IA, nomeadamente o BNA, a TAAG e o BFA, apontaram a resistência dos recursos humanos à mudança, muito associada também à fraca literacia digital, como sendo um dos grandes desafios da transformação digital em Angola.

Além da literacia digital, o mercado enfrenta também o desafio da falta de quadros capacitados no sector das tecnologias, sobretudo às tecnologias emergentes.

De acordo com Tito Tavares, director de consultoria tecnológica da Pwc Angola, já existem alguns quadros locais, mas não são suficientes para as necessidades das organizações. "Há um grupo muito restrito de quadros angolanos que felizmente tiveram a oportunidade de ter uma educação de topo e acabam por ser muito disputados no mercado nacional e internacional. Por outro lado, temos os que não tiveram a mesma oportunidade e não têm a acesso a vagas de emprego especializado nacional recorrendo à contratação de mão-de-obra estrangeira", explicou Tito Tavares.

Segundo o consultor, o problema da capacitação de quadros tem que ser abrangente e incisivo envolvendo o Governo, não sendo restrito a iniciativas privadas, já que o País, estrategicamente, tem de estar numa região que lhe permita ser um hub tecnológico.

Compelidos a inovar

Os sectores mais regulados e mais competitivos estão mais propensos e quase obrigados a adoptar inovação tecnológica, para aumentar a eficiência operacional, reduzir custos ou proporcionar uma melhor experiências aos clientes, como do banco central ou do BFA.

Para Armindo Fortes, director de tecnologia de informação do BNA, a migração para SAP S/4 Hana "quase que foi imposta por força da regulação e das exigências próprias do sector financeiro bancário, que exige cada vez mais agilidade nos processos e nas tomadas de decisão".

"Esta migração foi bastante desafiante pela falta de preparação tecnológica dos recursos humanos. Se tivéssemos os recursos humanos mais preparados, a mudança seria mais fácil", explicou.

A migração do ERP do BNA está a ser feita pela metodologia Brownfield, que é no fundo uma remodelação e actualização do sistema e que tem poucos recursos de IA. Já a companhia aérea nacional TAAG e o BFA optaram pela metodologia Greenfield, que é basicamente a construção de uma infraestrutura tecnológica do zero, onde apenas dados de clientes como o nome são migradas para a plataforma nova, sendo que as transacções não migram, mas podem ser mantidas como base de dados de consultas.

O evento serviu de passagem de testemunho das empresas que estão a iniciar este processo de transformação digital transformação para as mais de 80 empresas nacionais de vários sectores.

O evento foi uma oportunidade de partilha de experiências entre as empresas que estão a iniciar a sua jornada de transformação digital e as mais de 80 empresas nacionais de diversos sectores, que estiveram no encontro.

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