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Empresas & Mercados

Cinco empresas seguradoras têm uma quota de 70 % do mercado

NÚMEROS REFERENTES AO FINAL DE 2024

As cinco primeiras seguradoras do ranking nacional têm uma quota acumulada de 69,49%, com a curiosidade das três primeiras - ENSA, Nossa Seguros e Fidelidade - valerem 54,11% dos prémios emitidos em 2024. Em 2020 as cinco maiores empresas de seguros valiam mais de 80% das vendas.

Apesar de ter havido um crescimento de 7,11 pontos percentuais (p.p.) na soma das quotas de mercado das cinco maiores seguradoras instaladas em Angola em 2024, de acordo com os cálculos do Expansão, se fizermos uma análise aos últimos cinco anos, tem havido uma desconcentração da actividade. Em 2020 as cinco primeiras seguradoras no ranking nacional valiam 80,5% dos prémios emitidos.

Este fenómeno pode ser explicado pela perca de quota da ENSA, que lidera o mercado desde sempre, com a repartição do negócio a ser feito por vários operadores. Também a entrada de duas novas empresas que hoje já tem uma dimensão interessante - Viva Seguros com 6,18% e Unisaúde com 1,28% - ajudam a explicar este fenómeno.

Se nos centrarmos apenas no "top five" - ENSA, Nossa Seguros, Fidelidade, SanlamAllianz e Viva Seguros - venderam 331.309 milhões Kz em prémios dos 476.739 milhões Kz registado no mercado nacional o ano passado, e as restantes 15 seguradoras produziram apenas 145.429 milhões Kz. A evolução do peso deste grupo ao longo dos últimos cinco anos tem sido em "sobe e desce" - 80,50% em 2020, 76,76% em 2021, 77,22% em 2022, 62,38% em 2023 e 69,49% em 2024.

Os operadores do mercado contactados pelo Expansão acreditam que esta concentração do mercado pode ser explicada de duas maneiras, com as suas respectivas vantagens e desvantagens, na medida em que o mercado segurador ainda é pequeno, embora todos acreditem que tem potencial de crescimento nos próximos anos.

"O sector segurador tem uma taxa de penetração de apenas 0,6% o que significa que ainda é um mercado muito pequeno quando comparado com os restantes países da região. Este nível de concentração pode ser um resultado natural do desenvolvimento do mercado, ou seja, à medida que as pessoas vão tomando uma certa consciência da importância do seguro, vão procurando as seguradoras com certa presença no mercado, já com uma imagem mais presente junto dos cidadãos", explica Agostinho da Conceição, jurista na área dos seguros, Acrescenta também que a concentração também pode ser resultado do esforço das próprias seguradoras com mais apostas nos canais de distribuição e na criação de novos produtos que atendam às necessidades dos clientes. E neste sentido, as que têm maior dimensão têm mais capacidade de investimento em marketing e lançamento de novos produtos. Neste particular, a ARSEG, regulador do mercado, tem criado legislação no sentido de proteger a livre concorrência entre os diversos operadores.

Já Ricardina de Morais, comercial na área dos seguros, defende que é preciso ter cuidado para que não exista uma concentração excessiva, porque pode levar a que uma empresa do sector tenha maior poder e seja privilegiada, nos concursos para exploração de determinados ramos promovidos pelas empresas de maior dimensão. "Durante muito tempo vivemos essa situação com a ENSA, que era quase predestinada para explorar qualquer seguro das empresas públicas, então é preciso que se tenha esse cuidado e se privilegie a concorrência dentro do sector", acrescenta.

Em termos dos ramos, o Não Vida continua a liderar com uma quota de 93,65% e o Vida está apenas com 6,35%, depois de ter perdido 6,43% comparativamente com 2022. Este crescimento do Não Vida deve-se essencialmente ao ramo Doença, 35,80% do total do mercado, e Petroquímica, 17,97%.

Estes dois ramos representam quase 60% das apólices vendidas no País. Por exemplo, os prémios do ramo doença cresceram 45% para 51.232 milhões Kz e o ramo petroquímico, apesar de registar uma redução de 14% contribuiu para o mercado com 19.926 milhões Kz.

Evolução nos três últimos anos

Apesar de ter recuperado no ano passado, a ENSA seguros tem vindo a perder a quota de mercado. De 2022 a 2024 a seguradora perdeu 4% da quota, mas ainda assim mantém a liderança com uma percentagem de 26,56%. A seguradora teve o maior volume de vendas, avaliado em 126.643 milhões Kz.

Já Nossa Seguros nestes três anos a quota aumentou apenas 1 ponto percentual para 16,37%, depois de vários anos a crescer de forma sustentada, ocupando assim o segundo lugar do mercado com 78.043 milhões Kz. De acordo com os dados provisórios da ASAN, a Fidelidade, com um prémio avaliado em 53.312 milhões Kz, tem uma quota de mercado de 11,18%, perdeu quase 2% nestes três anos. A SanlamAllianz continua em queda, em 2024 perdeu apenas 0,06% de quota, mas em três anos baixou 2,32%.

Leia o artigo integral na edição 836 do Expansão, de Sexta-feira, dia 25 de Julho de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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