Depois de conquistar o mercado interno, as batatas fritas Palanca foram apresentadas ao mercado português, na semana passada, dentro das estratégias de internacionalização da marca. Fabricada em Malanje, no município do Cacuso, pela empresa nacional Tegma-SU, as batatas são comercializadas em 14 províncias do País e são distribuídas pela Abricome para as grandes superfícies e para o mercado informal a distribuição é da responsabilidade do grupo Arreiou que pertence à Refriango.

A Tegama-SU começou a produzir e comercializar as batatas em 2020, um desafio arriscado devido ao surgimento da pandemia da Covid-19, como avançou ao Expansão o PCA da empresa, António Duarte. Com a apresentação da batata Palanca, a firma convidou várias superfícies comerciais em Portugal. "Está previsto para o mês de Janeiro um encontro com quatro dos maiores servidores portugueses, para delinearmos a estratégia de distribuição das batatas em Portugal, entre eles estão o Pinco Doce e o Continente", referiu o responsável.

Com a nova linha que será implementada para a produção de batatas pré-congeladas, a empresa investiu oito milhões USD. António Duarte fez saber que a nova linha de produção será inaugurada no dia 10 de Fevereiro do próximo ano e vai fabricar quatro toneladas de batatas por turno. O responsável menciona que a fábrica tem grande capacidade de produção, sendo que, actualmente, produz cinco a seis mil caixas por mês, equivalente a 40 toneladas.

Por isso tem agregado ao projecto industrial um projecto agrícola de produção de batata já com vários anos, o que permite garantir as necessidades industriais dentro daquilo que são as variedades mais recomendadas para o negócio. Este agrega várias dezenas de produtores da região, associados ou de forma individual, cujas sementes e acompanhamento das colheitas é garantido pelo grupo empresarial.

A inovação é outras das características da marca, que lançou sucessivamente uma gama de sabores agregado às batatas fritas, desde as mais comuns neste segmento com cebola, picante (gindungo e BBQ), frutas (banana e manga) e o inovador sabor a pizza.

A empresa conta com 70 funcionários. A caminho do terceiro ano, o PCA faz um balanço positivo, destacando que de Janeiro até a presente data a firma teve uma facturação bruta de 911 mil euros (cerca de 450 milhões Kz ao câmbio desta quarta-feira), um crescimento de cerca de 62% do valor da facturação de todo o ano passado que foi de 560 mil euros.

A Tegma-SU actua também em outros sectores, nomeadamente na aérea de construção civil, imobiliária e consultoria financeira. Em carteira a empresa tem outros projectos, como uma linha para industrialização da bebida Capuca, uma linha de produção de cadernos escolares que estão previstos para serem implementados daqui a dois anos.

Expansão da marca

Dentro do plano de expansão da marca, as batatas fritas já foram também apresentadas no mercado moçambicano. "Estamos a cumprir com os processos burocráticos para começar a fornecer oito contentores por mês a partir de Janeiro para Moçambique. E em Janeiro de 2023 vamos apresentar a nossa marca no Congo e em Fevereiro no Dubai", revelou.

De acordo com o PCA, no ano em que o produto foi introduzido no mercado, a empresa apostou na notoriedade da marca, através do marketing e na venda. "Foi um ano difícil", ressaltou. "A nossa estratégia de comunicação é focada em publicidades, nos meios tradicionais como nos meios digitais, sobretudo nas redes sociais. Temos também participado em feiras nacionais, o que permite maior visibilidade da nossa marca", sublinhou.

Para o gestor, o sector industrial é fundamental para a tão desejada diversificação económica. "Pensamos que o País não pode só viver do petróleo, mas também, da agro-indústria", refere.