Falta de garantias atrasa financiamento americano ao Corredor do Lobito
As relações diplomáticas e económicas do continente africano com os EUA tem sido marcada, recentemente, pelas contradições: à ideia de parceria estratégica entre as duas partes, as movimentações políticas norte-americanas apontam para uma ameaça comercial (com as tarifas) e a uma eventual proibição de viajar, que os dirigentes americanos presentes em Luanda procuraram desmentir.
O Corredor do Lobito tornou-se rapidamente numa das estrelas da retórica político-económica em Angola e na aproximação do País à esfera de influência ocidental. No entanto, apesar dos constantes anúncios sobre grandes e pequenos projectos, financiamentos milionários, investimentos chorudos e boas intenções, o dinheiro ainda não chegou a Angola.
É o caso do financiamento proveniente do Development Finance Corporation (DFC), avaliado em cerca de 550 milhões USD, que deveria ter sido desembolsado durante o primeiro trimestre de 2025, mas que agora está dependente da negociação de garantias com o Governo angolano.
O financiamento do DFC está a ser negociado directamente com a Lobito Atlantic Railway (LAR), empresa privada que é a actual concessionária do transporte de carga no Caminho-de- -Ferro de Benguela (CFB). O objectivo é aplicar os recursos financeiros na modernização da linha ferroviária e na aquisição de novos vagões e locomotivas que permitam aumentar a velocidade de circulação entre a cidade do Lobito (Benguela) e a vila do Luau (Moxico), na fronteira com a República Democrática do Congo (RDC).
"Foi-nos solicitado algum apoio em relação ao Corredor do Lobito e ao contrato de concessão", admitiu José Massano, Ministro de Estado e da Coordenação Económica, na segunda-feira, 23, à margem da agenda oficial da cimeira de negócios EUA-África.
O evento contou com mais de 2.000 participantes e decorreu em Luanda, entre domingo (22) e quarta-feira (25), com a presença de representantes do DFC e do Departamento de Estado dos EUA, de membros do Governo de Angola, entre outros dirigentes africanos e internacionais. Segundo José Massano, regista-se um desencontro de ideias entre as garantias solicitadas pelo DFC para concretizar o financiamento e as propostas apresenta das pela LAR.
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