O Kwanza já depreciou 16,2% face ao Euro e 15,4% face ao Dólar desde o início do mês já que esta quinta-feira 1 EUR valia 491,863, enquanto 1 USD valia 446,972 Kz, de acordo com cálculos do Expansão. Uma nota de 100 EUR custa hoje mais quase 8 mil Kz que no início do mês de Outubro, e uma nota de 100 USD custa mais 6.900 Kz.

O facto de se estar a aproximar a quadra festiva, em que os estrangeiros se deslocam aos seus países de origem e procuram maior acesso a divisas, mas também por aumentar a importação de bens de consumo (para o Natal), tem aumentado as necessidades de divisas nos mercados. É neste sentido que, de acordo com especialistas, os bancos vão aos leilões do Banco Nacional de Angola (BNA) e procuram suprir as suas necessidades de divisas, o que tem como consequência a subida do valor do dólar e do euro nestes leilões.

"Enquanto houver esta necessidade de importação, que exige o recurso a moeda estrangeira, vai continuar a pressão sobre o Kwanza. Medidas administrativas não vão resolver a questão da procura de divisas, a solução passa por aumento da produção nacional", adiantou o consultor Galvão Branco ao Expansão.

Uma nota de 100 euros custa hoje mais 30.646 Kz que em Janeiro de 2018 quando começou a vigorar o novo regime cambial flutuante. No início do ano passado, comprar 100 euros à banca custava 18.540 Kz e agora custa 49.186 Kz. A moeda nacional depreciou 62,3% face à moeda europeia, entre Janeiro de 2018 a Outubro de 2019.

Se olharmos para o dólar, com a taxa de câmbio ponderada do dia 17 de Outubro, comprar uma nota de 100 USD custa hoje mais 28.105 Kz em relação a Janeiro de 2018. Actualmente 100 USD valem 44.697 Kz, quando em Janeiro de 2018 valiam 16.590 Kz. Uma depreciação de 62,9% face a Janeiro do ano passado.

Esta quinta-feira, dia em que o Kwanza depreciou 3,6% face ao dólar no mercado informal, a nota de 100 USD nas ruas de Luanda disparou (depois de um mês sem alterações), passando de uma taxa média de 525 Kz para 565 Kz. "Ainda estamos a tentar perceber bem o que se está a passar. De um momento para o outro começaram a vender-nos mais caro do que aquilo que estávamos a vender. Estamos a evitar de vender até percebermos o que se passa no mercado", admitiu uma kinguila ao Expansão. (...)

(Leia o artigo integral na edição 546 do Expansão, de sexta-feira, dia 18 de Outubro de 2019, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)