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Minoru Dondo na cerimónia da Africell gera "burburinho"

Natureza da relação com a operadora sob secretismo

A Africell assinou esta semana o acordo final com o Instituto Angolano das Comunicações (INACOM), com a presença Valdomiro Minoru Dondo junto dos administradores da operadora a gerar vários "burburinhos" na sala sobre a natureza do relacionamento do empresário brasileiro-angolano com a vencedora da licença da quarta operadora de telecomunicações.

A empresa de telecomunicações que já se encontra em quatro países africanos (Gâmbia, RDC, Serra Leoa e Uganda) formalizou o contrato de concessão para a prestação de serviços de comunicações electrónicas. No meio dos vários convidados da operadora, entre eles altos responsáveis empresa de origem libanesa com capitais norte-americanos e com sede no Reino Unido, destaque para a presença do empresário brasileiro-angolano de origem japonesa Valdomiro Minoru Dondo, que se sentou na fila da frente da cerimónia, próximo do Presidente do Conselho de Administração da operadora, Ziad Dalloud. No Brasil, Valdomiro Minoru Dondo é conhecido por ser sócio de Pessoas Politicamente Expostas (PEP, sigla em inglês) angolanas, e isso é uma dor de cabeça para qualquer empresa norte-americana, já que aquele país não vê com "bons olhos" a proximidade de empresas com apoios governamentais dos EUA com PEP"s de outros países.

A presença do empresário que chegou a ser noticia na imprensa internacional devido a uma investigação no Brasil e em França por suspeitas de envolvimento num escândalo de corrupção envolvendo dois antigos governadores do BNA por cobrança de comissões elevadas em contratos firmados entre 2001 e 2012 para o fornecimento de papel-moeda ao banco central, num total de 45 milhões USD, deixou muitos dos presentes surpreendidos. Entre eles representantes da embaixada dos EUA que acompanharam a embaixadora Nina Maria Fite. Não era para menos, até porque segundo avançou o Expansão em Maio do ano passado, a embaixada apoiou a pressão da Africell para que o Governo angolano voltasse atrás no negócio que envolvia a atribuição de uma licença à Angorascom, que envolvia a cedência da terceira licença móvel, que é um activo da Angola Telecom.

Durante a cerimónia, o Expansão chegou a questionar a altos responsáveis da empresa sobre a presença do empresário na cerimónia. Um dos administradores de nacionalidade inglesa disse que "Minoru Dondo é somente um amigo que mostrou a cidade de Luanda" à delegação que dias antes chegou do Reino Unido. De seguida, o Expansão solicitou esclarecimentos à Africell, e segundo fonte oficial da empresa, o empresário "foi um dos que ajudou na logística do evento" de assinatura do acordo final. Desmente igualmente que o empresário conhecido no Brasil como "um dos homens mais ricos e poderosos de Angola", segundo a rede Globo, seja investidor da empresa.

Arranque no III trimestre

No entanto, o Expansão apurou que Minoru Dondo actuou como "facilitador" do processo que envolveu a constituição do consórcio financeiro que viabilizou a entrada da operadora em Angola, e o relacionamento com as instituições do nosso País. Foi identificado por algumas como sendo um dos investidores do projecto. A Africell deverá estar a funcionar até ao final do III trimestre deste ano na província de Luanda, sendo que para garantir a cobertura nacional são necessários mais alguns passos, nomeadamente a implantação por parte do regulador do roaming nacional e a efectividade da partilha de infra-estruturas. Por parte da empresa americana é necessário a concretização de dois investimentos importantes, no Huambo e em Benguela. Recordar que a obrigatoriedade de começar as operações cobrindo pelo menos oito províncias terá sido alterada para apenas cinco, o que vai encurtar o processo de "entrada no ar" da nova operadora.

Segundo o PCA da operadora, Ziad Dalloud, a empresa vai investir um total de 300 milhões USD e criar mais de seis mil postos de trabalho para trazer ao país telecomunicações mais baratas que as que actualmente existem no mercado.

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