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Volume de negócios da Sonangol em USD cai 36% com perda da função concessionária

Relatório e Contas da Sonangol exercício de 2019

As vendas de petróleo da Sonangol no exercício de 2019 registaram uma quebra de 36%, o equivalente a 3.977 milhões de USD, em relação ao exercício do ano anterior. Tudo porque a petrolífera estatal perdeu a função concessionária de petróleo e gás, na sequência da reforma do sector, que passou a ser exercida desde Maio de 2019 pela Agência Nacional de Petróleo Gás e Biocombustíveis, revela a petrolífera no seu relatório e contas.

Especialistas defendem que, perdendo os direitos de concessão, a Sonangol perde uma fonte de receitas significativa e, para aumentar a sua força financeira, não tem outra alternativa que não seja aumentar a sua quota de produção em blocos operados, actualmente fixada em apenas 2% do total do petróleo produzido no País. É que apenas sendo operadora de um número maior de blocos petrolíferos a estatal poderá receber mais petróleo, o que se traduz em mais ouro negro para exportar e, claro, num aumento da receita por esta via.

De acordo com o pesquisador do Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Angola, José Oliveira, o volume de negócios da Sonangol sofre uma redução superior à calculada pelo Expansão, apontando para uma quebra superior a 50%, porque o volume de petróleo da concessionária é ligeiramente superior ao da Sonangol.

"A Sonangol actualmente ganha apenas um "fee" [uma percentagem acordada] por barril vendido pela concessionária. Não há possibilidade de compensar a médio prazo", defende. Entretanto, recomenda que a Sonangol se torne mais eficiente para, com menor volume de negócios, aumentar o rácio de rentabilidade.

Ainda sobre a performance financeira, os resultados não operacionais voltaram a piorar, tendo-se registado a pior quebra, a nível dos indicadores de performance daquela que ainda é a maior empresa angolana. Os resultados não operacionais caíram para 43,1 milhões de USD, o que representa um recuo de 96,3%.

Embora tenha registado lucros de 60,5 milhões USD, pela primeira vez nos últimos cinco anos, data em que a empresa passou a publicar os resultados, a Sonangol teve resultado negativo a nível do resultado líquido das actividades correntes, indicador que permite perceber a capacidade da empresa de gerar liquidez suficiente para honrar os seus compromissos, sem recorrer a kilapis.

(Leia o artigo integral na edição 594 do Expansão, de sexta-feira, dia 2 de Outubro de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)

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