Moçambique no 'top 20' para investimentos minerais em África
Moçambique é um dos oito países africanos seleccionados para figurarem num relatório de uma consultora de Singapura que elenca as "20 jurisdições minerais mais excitantes em África", nomeadamente por causa do potencial do sector do carvão.
Para além de Moçambique, também figuram na lista de melhores locais para apostar na exploração de minérios a África do Sul, o Zimbabué, a Namíbia, o Botswana, a Zâmbia, Madagáscar e o Malaui.
A lista "Guia de Investimentos nos Minérios em África" foi elaborada pela Global Business Reports, uma consulta em Singapura, em parceria com a Mining Indaba LCC a pedido da African Minin Indaba.
O guia de investimentos, que estudou 53 países no continente africano, aponta a África do Sul como destino preferencial não só de exploração, mas também de financiamento no campo da exploração de minérios, e mostra Moçambique e o Malaui como locais apetecíveis para investimentos, apesar de serem arriscados devido à "relativa imaturidade dos seus sectores mineiros", classificando a emergência destes dois locais no panorama neste âmbito como "substancial".
A notícia do relatório surge no mesmo dia em que vários órgãos de informação especializados neste sector dão conta de apostas das empresas de extracção mineral em Moçambique.
A Beacon Hill Resources vai este ano focar-se em garantir o financiamento necessário para continuar a expansão das Minas Moatize, apostando que um novo investimento poderá fazer com que este local seja um dos melhores em termos de eficiência.
"Ainda falta mais algum trabalho preparatório, mas a linha de acção revista aponta para uma oferta definitiva em termos de financiamento ainda neste trimestre, por isso o financiamento ocorrerá provavelmente no segundo trimestre deste ano", disse a empresa, citada pelo site especializado australiano Proactive Investors.
"A administração continua confiante que o projecto de financiamento será obtido, uma vez que os procedimentos até à data confirmam que as minas de Moatize são um projecto de alta qualidade que chegou o momento de ser financiado".
Também em Moçambique as notícias são boas para a Baobab Resources e para os seus parceiros australianos Metals of Africa. As duas empresas anunciaram hoje que em Changara, no oeste do país, foram encontradas significativas porções de chumbo, zinco e cobre durante a extensa prospecção feita no ano passado, o que é suficiente para avançar com a exploração ainda este ano.
O estudo, cujos resultados deverão ser conhecidos no final deste mês, revela valores de 3,250 partes por milhão de zinco, 410 partes por milhão de chumbo e 5.368 partes por milhão de magnésio.
De acordo com números apresentados pela ministra dos Recursos Minerais de Moçambique, o país recebeu cerca de 2 mil milhões de dólares de novos investimentos no ano passado, o que representa uma subida de 8% face aos valores do ano anterior.
A instabilidade ameaça o crescimento de Moçambique, afirma o gabinete de estudos económicos e financeiros do banco português BPI, lembrando que o banco russo VTB cancelou projectos de investimento e que a mineira Rio Tinto suspendeu as exportações de carvão.
"Embora um regresso à guerra civil ainda seja improvável, já que a lembrança da devastação ainda está presente na população e a Renamo não tem capacidade militar nem financeira para entrar em guerra, o investimento directo estrangeiro deve ser fortemente penalizado, motivando uma quebra no ritmo de crescimento da economia", afirma o gabinete de estudos económicos e financeiros do BPI no 'Panorama Macro Mensal' referente a Janeiro, que a Lusa divulgou no final do mês passado.
Lusa / Expansão