Saltar para conteúdo da página

Logo Jornal EXPANSÃO

EXPANSÃO - Página Inicial

Opinião

Produzir ou consumir? Qual a opção no novo normal?

Convidado

Muito temos debatido sobre a forma como os países em vias de desenvolvimento têm levado a cabo a materialização das suas políticas, a gestão por parte dos seus líderes, para levarem os seus países a bom porto e darem uma vida condigna aos seus concidadãos.

Não quero discorrer sobre o consumismo que causa poluição, mas sim sobre o consumo (q.b.), do qual resulta um excedente para criar reservas alimentares (segurança alimentar), exportar, etc. de forma a proporcionar conforto às pessoas. Sabemos que uma sociedade produtora difere de uma que se afirma consumidora. O consumo está ligado a bens de consumo básico; comida e vestuário, principalmente, abdicando da produção de bens de capital, ou seja, investimento. Quem produz vê o amanhã.

É importante realçar, que devemos incentivar a produção ou estimulá-la em detrimento do consumo, sem abdicar do consumo racional, para aquecer a economia, estimular os produtores a produzirem mais bens. As sociedades com pendor para o consumo caem em dependências, a julgar pelos seus indicadores, com impacto negativo para a economia. Quando somos consumistas, entramos no dilema da falta de poupança, provocando a não acumulação de capital. Primeiro produzir, para posteriormente consumir.

Convenhamos que para produzir obedecemos a várias fases que nos levarão a investir e poupar. Se se consome tudo o que se produz, então não haverá poupança nem investimento.

A mudança da cultura de consumo para a produção passa também pelas políticas engendradas pelo governo. As pessoas optam por aquilo que lhes é dado ou colocado, v.g. o programa Kwenda que estimula o consumo. E, sendo por tempo determinado, o que virá depois? Kwenda um, dois, três?

Evoca-se a Lei de Say (Jean-Baptiste Say), que diz que "a oferta cria a sua própria procura". Ou seja, tão logo um produto é ofertado, ele automaticamente cria um mercado para outros semelhantes e derivados dele. Quer dizer que a própria oferta é capaz de gerar procura. Há dois factores a ter em conta; (i) a procura do consumidor e; (ii) a disponibilidade da oferta, do próprio produto. No entanto, como produzir leva tempo, a produção deve preceder a procura. Não vou entrar na questão sobre um excesso de oferta (produção), ou escassez de uma mercadoria específica, que ocorre quando os empreendedores não são bem-sucedidos em antecipar correctamente a procura (consumo) de mercado pelo seu produto, mas sim, termos atenção em transformar a sociedade angolana, tornando-a mais produtora do que consumidora.

*Economista e docente universitário

(Leia o artigo integral na edição 615 do Expansão, de sexta-feira, dia 12 de Março de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)

Logo Jornal EXPANSÃO Newsletter gratuita
Edição da Semana

Receba diariamente por email as principais notícias de Angola e do Mundo