Saltar para conteúdo da página

Logo Jornal EXPANSÃO

EXPANSÃO - Página Inicial

Logo WeekendLifestyle

"Faço uma representação do Lucifer a cair quando foi expulso do céu"

UÓLOFE GRIOT

O artista plástico Uólofe Griot venceu o grande prémio de pintura da edição XVI do Ensa-Arte com a obra "Perdidos", uma reflexão sobre as consequências das escolhas que fazemos todos os dias. Em 2018 já tinha vencido o prémio Juventude e Pintura do mesmo concurso.

Como foi receber a notícia da premiação?

Na verdade estava um pouquinho ansioso e preferi não ir ao evento de premiação. Imagina ir para lá, encontrar muitos artistas e, ao ser premiado, pode surgir aquela raiva, ou ego, e as suposições: perdi! A obra dele é melhor que a minha!

Enviou a esposa no seu lugar?

Sim. Porque sendo eu a ganhar e ela a receber o prémio, não teria o mesmo impacto.

Não estava no evento, como é que a notícia lhe chegou?

Ia ao encontro de um colega, com quem tinha combinado uma sessão de fotografia. Estava no Facebook e caiu uma mensagem do Benigno, irmão do Cristiano Mangovo a me parabenizar: "parabéns pelo prémio, você ganhou". Eu disse: eu não fui mas estava a acompanhar uma "live". E pensei: é sério isto? Depois as mensagens a parabenizar continuaram a cair. Só mais tarde é que a minha esposa enviou uma mensagem e eu disse que já sabia de tudo.

A ansiedade era baseada em quê?

A primeira vez que participei no prémio Ensa-Arte, em 2018, venci o prémio Juventude Pintura com a obra "Flocos de pele" por influência do nosso mentor, Mayomona Zua, que já ganhou vários prémios no Ensa-Arte. Eu nunca tive interesse em participar mas ele motivou-me. Dizia: leva a obra, se ganhares, ok, se perderes podes vender o trabalho. A obra foi seleccionada e ganhei. O mesmo aconteceu desta vez. Mas agora tive menos interesse em participar porque eram muitos artistas consagrados a concurso.

Teve medo de perder?

É meio complicado tentar participar num concurso com vários artistas, ainda me considero um artista emergente e estar ao lado de artistas profissionais foi inquietante para mim. Decidi não participar. Mas o nosso mentor e a minha esposa motivaram-me. Então comprei duas "telinhas", preparei tudo e fiz a obra.

E como foi o processo de criação da obra "Perdidos"?

Foi muito trabalhoso. Trabalhei com referências bibliográficas, fiz pesquisas na Internet, vi como posso fazer a representação da queda de um homem, sendo o homem o elo da sociedade, então busquei uma forma de representar. Baseei-me também um pouco na Bíblia, apesar de não ser cristão, mas uso a Bíblia como fonte de pesquisa. Faço uma representação do Lucifer a cair quando foi expulso do céu. Peguei um pouco disto para poder criar a minha tela sobre a perda do homem.

(Leia o artigo integral na edição 675 do Expansão, de sexta-feira, dia 20 de Maio de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

Logo Jornal EXPANSÃO Newsletter gratuita
Edição da Semana

Receba diariamente por email as principais notícias de Angola e do Mundo