AGT já conta com novos administradores. José Leiria mantém-se na liderança da administração
Depois do escândalo que lesou o Estado em 7 mil milhões Kz, a ministra das Finanças, Vera Daves, nomeou três novos administradores para completar o novo board da Administração Geral Tributária. José Leiria mantém-se como PCA e, igualmente, Leonildo Manuel como administrador. Pedro Fernando Marques, Luís Gomes Sambo e Altair Djelany Marta, são os novos membros.
O conselho de administração da Administração Geral Tributária (AGT) já conta com três novos administrados, nomeadamente, Pedro Fernando Marques, Luís Gomes Sambo e Altair Djelany Marta, ao passo que José Leiria mantém-se como PCA da instituição, segundo o despacho n.º 1296/25 de 10 de Março, a que o Expansão teve acesso.
Estas movimentações acontecem depois do escândalo que lesou o Estado em 7 mil milhões Kz, pelos crimes de acesso ilegítimo ao sistema de informação, falsidade informática, associação criminosa, peculato e obstrução à justiça, que culminou com a detenção de, pelo menos, nove colaboradores, entres eles o administrador, Tiago dos Santos, exonerado logo após a sua detenção, em Janeiro.
Assim, deixam o conselho de administração da AGT, Nerethz Tati, que vai agora assumir a pasta de directora-geral do Instituto Nacional de Jogos e Roberta Malaquias, que vai assumir o cargo de delegada de Finanças de Luanda, segundo apurou o Expansão.
De onde vêm os novos administradores?
Pedro Fernandes Marques, foi até então director de Tributação Especial e dos Grandes Contribuintes AGT, enquanto Altair Djelany Marta, estava como consultor da ministra das Finanças, e anteriormente já ocupou a posição de coordenador para a Reforma Tributária no Centro de Estudos Tributários da AGT.
Já Luís Gomes Sambo, que até então trabalhava no PNUD como Coordenador Nacional dos Impostos para os ODS (Objectivos de Desenvolvimento Sustentável) também já teve passagem pela AGT, como director do Gabinete de Planeamento, Estatística e Cooperação Internacional da instituição.
Importa realçar que no caso dos 7 mil milhões Kz, segundo apurou o Expansão, os funcionários envolvidos abordavam as empresas com notas de liquidação de impostos, e nalguns casos multas, de valores elevados e negociavam reduções do valor, desde que uma parte fosse directamente para os seus bolsos. O empresário entregava o valor pedido e no sistema da AGT eram introduzidos recibos de valor inferior ao imposto a pagar. No caso de multas, estas eram anuladas do sistema. Há também evidências de cobranças para apressar os processos de reembolso do IVA.