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Angola

Angola e Nigéria com folga para mais endividamento

Agência de notação Fitch

Os maiores produtores de petróleo da África subsariana, Nigéria e Angola têm baixos níveis de dívida, ou seja, o suficiente para suportar a queda dos preços do petróleo, enquanto o Gana enfrenta riscos se não tiver um pacote de ajuda, referiu a agência de notação Fitch.

Segundo a agência, Angola e a Nigéria têm folga para aumentar os seus défices orçamentais no próximo ano e em 2016 devido aos seus baixos níveis de endividamento, permitindo-lhes manter ou aumentar ligeiramente as suas despesas, mesmo com preços mais baixos do crude, disse Carmen Altenkirch, responsável pela dívida soberana da Fitch.

A Nigéria e Angola têm espaço orçamental de défice na ordem dos 4% a 5% do Produto Interno Bruto (PIB) durante alguns anos sem comprometer a estabilidade fiscal, afirmou Carmen Altenkirch à Bloomberg, em Cape Town, África do Sul. No entanto, se os preços do petróleo continuarem a cair durante mais tempo, a política orçamental pode vir a sofrer pressões sobre o rating da dívida soberana dos dois países, acrescentou.

A notação da Fitch para Angola e Nigéria é BB-, três degraus abaixo do que é considerado um bom país para investir. O crédito de que necessitam agora estes países vai ser compensado com os superavit orçamentais que terão no futuro devido à sua exploração petrolífera, disse Altenkirch. Segundo a Fitch, o Gana e a Zâmbia poderiam ser classificado em níveis semelhantes aos da Nigéria, Angola e Gabão, que também explora petróleo, se as suas economias forem mais estáveis.

O Gana e a Zâmbia estão ambos avaliados em B pela Fitch, dois degraus abaixo de Angola e da Nigéria. O Gana, o segundo maior produtor de cacau do mundo, e a Zâmbia, a segunda maior produtora de cobre em África, já deveriam ter feito muito melhor , disse Altenkirch. Estes dois países tinham uma economia mais forte e diversificada, acrescentou.

O cedi, a moeda do Gana, tem o pior desempenho de África em relação ao dólar este ano, com uma desvalorização de 26% desde que o presidente John Dramani Mahama disse, em Agosto, que o governo estava a negociar com o Fundo Monetário Internacional (FMI) uma ajuda de cerca de 800 milhões USD até Janeiro do próximo ano.

Vai haver alguma pressão sobre o cedi para o fim do ano, dependendo de como e quando o FMI agirá, disse Altenkirch. O Gana tem provavelmente dólares suficientes para se manter até ao primeiro trimestre do próximo ano, adiantou. Mas, depois de Março, as reservas, que foram sustentadas por um empréstimo sindicalizado assinado em Setembro para compras de cacau e uma venda de Eurobonds no mesmo mês, podem esgotar-se.

O verdadeiro perigo seria não haver um programa do FMI até ao final do primeiro trimestre. Caso, contrário, o Gana perderá credibilidade dos investidores internacionais, observou Altenkirch. A morte, no mês passado, do presidente da Zâmbia, Michael Sata, colocou o país em riscos orçamentais de curto prazo significativos por causa da necessidade de realizar uma eleição, referiu a responsável da Fitch, acrescentando que as eleições não estariam programadas no orçamento deste ano.

Como o Gana e a Zâmbia, o Quénia, que se estreou a vender Eurobonds este ano, conseguindo um empréstimo de 2 mil milhões USD, poderá aumentar a classificação do seu rating se for capaz de impulsionar o crescimento económico, refere a Fitch. A sua notação da Fitch está em B +.

Bloomberg/Expansão

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