E um ano depois, sai Jomo Fortunato e entra Filipe Zau na Cultura, Turismo e Ambiente
Um pouco à semelhança do que acontece no Ministério da Economia, é visível alguma instabilidade nas pastas da Cultura, Turismo e Ambiente, contas feitas, uma meia dúzia de ministros já passou por estas pastas nos quatro anos do primeiro mandato do Presidente João Lourenço
Há poucos dias o Presidente da República explicava que "que são muitos raros os casos em que, com alguma antecedência, a sociedade se aperceber da jogada que eu pretendo fazer, neste ou naquele sector, muito raras vezes (não raras vezes) dá-se conta no próprio dia", eis que, e mais uma vez, aconteceu.
"O Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, exonerou hoje, por conveniência de serviço, Jomo Francisco Isabel de Carvalho Fortunato, do cargo de Ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, para o qual havia sido nomeado através do decreto presidencial número 288/20, de 5 de Novembro. Noutro decreto, também de hoje, o Presidente da República determinou que Filipe Silva de Pina Zau cesse funções como membro do Conselho da República, órgão para o qual fora designado a 8 de Setembro passado. Por último, e igualmente por decreto datado de hoje, o Presidente João Lourenço nomeou Filipe Silva de Pina Zau, para o cargo de Ministro da Cultura, Turismo e Ambiente".
Este é o teor, nos termos habituais, da nota da Presidência, sem que nunca se explique por sai um ministro e entra outro.
Jomo Fortunato foi nomeada em Outubro de 2020 e sucedeu na pasta à jovem bióloga Adjany da Silva Freitas Costa, discreto, com uma passagem não isenta de polémica pelo Memorial Doutor António Agostinho Neto. Fortunato nunca foi muito crível na complexa estrutura de um ministério que reúne áreas essenciais como a Cultura, o Turismo, uma das grandes apostas do Governo, e o Ambiente - e aí foi onde causou a maior perplexidade.
Um ano depois, segue-se Filipe Zau. Mudar de rosto e não mudar de políticas parece ser um denominador comum na lógica de exonerações e nomeações do Presidente João Lourenço.
Agora a responsabilidade caí sobre o académico Filipe Zau que, ainda assim, tem evidenciado comentários próprios em diversos temas.