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Angola

Economista aponta solução para melhor distribuição do rendimento

Angola

O economista Alves da Rocha afirmou esta quinta-feira, em Luanda, que determinadas evidências empíricas concluíram que um dos factores essenciais para melhorar a repartição do rendimento nacional é o salário.

 

Alves da Rocha, que fez esta afirmação durante uma palestra sobre "Os problemas da distribuição do rendimento em Angola", explicou que estas evidencias empíricas apontam no sentido de que não basta apenas gerar emprego para melhorar a repartição do rendimento nacional, ainda que a participação no factor de trabalho aumente.

"Se não se mexer no salário a probabilidade de se alterar de forma relevante a repartição do rendimento nacional é reduzida", declarou.

"Cria-se emprego, mas emprego com bom salário. Se for um emprego na base de um salário reduzido, ainda que a participação do factor trabalho na repartição funcional aumente, naturalmente que não estamos a melhorar a repartição do rendimento nem a incrementar as condições de vida da população", reforçou.

Alves da Rocha considerou que a distribuição de rendimento é um processo económico normal, com mecanismos e procedimentos próprios que garantem a remuneração dos factores de produção envolvidos nos processos anuais de criação do Produto Interno Bruto, PIB.

O economista referiu que na maior parte dos casos, as regras de mercado não são nem suficientes, nem eficientes para garantir uma relativa igualdade no acesso às fontes de rendimento, falando-se em falhas de mercado na remuneração dos factores de produção.

Por isso, continuou o especialista, o Estado tem uma função supletiva a desempenhar no sentido de promover e garantir uma repartição mais equilibrada do rendimento nacional, de modo a preservar a estabilidade social e politica.

Os instrumentos accionados nestas circunstâncias, afirmou, passam pela progressividade dos impostos cobrados pelo Estado às pessoas singulares, e também pela transferências às famílias a diferentes

títulos.

Para Alves da Rocha, estes são alguns dos mecanismos de compensação contemplados pela teoria económica e algumas das práticas encontradas nos países de elevado índice de desenvolvimento humano, sublinhou.

Estas sociedades, explicou, são das mais igualitárias do mundo, apresentando Coeficiente de Gini (distribuição da renda) em torno de 0,25%, sendo politicamente mais estáveis e economicamente mais saudáveis.

Referiu que este principio não se encontra na maior parte dos países em desenvolvimento, emergentes e não emergentes e em especial nos produtores de petróleo.

O Estado nestes países não tem sido eficiente na aplicação dos adequados instrumentos macroeconómicos e políticas correctoras dos mecanismos de repartição do rendimento, o que faz com que estas sociedades apresentem índices elevados de desigualdades.

"De acordo com determinadas visões, os Estados petrolíferos têm promovido e facilitado uma acumulação de riqueza, concentrada numa pequena elite - um fenómeno tipicamente das economias fortemente dependentes do petróleo" concluiu o economista.

Angop / Expansão

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