Organização do Carnaval em Luanda apela a maior apoio das empresas
A organização do desfile de Carnaval em Luanda anunciou ter destinado 100 milhões de kwanzas (cerca de 740 mil euros) para apoiar 39 grupos carnavalescos, mas reconhece que a verba é insuficiente e apelou ao mecenato das empresas.
Citado pela Angop, Manuel Sebastião, coordenador da Comissão Provincial do Carnaval de Luanda, disse que o ideal era os 39 grupos participantes, 12 da classe infantil, 14 na categoria B (adulto) e 13 na categoria A (adulto), receberem o dobro.
Os 100 milhões de kwanzas alocados pela Comissão Provincial, além de ajudar os grupos, destinam-se ao pagamento dos prémios de participação, de classificação e outras tarefas para a realização da iniciativa, como seja a preparação do palco,
Relativamente aos prémios, Manuel Sebastião salientou que todos os grupos receberão um prémio de participação: os da classe A recebem 700 mil kwanzas (5.200 euros), os da classe B vão receber 500 mil (3.700 euros) e os infantis 300 mil (2.200 euros).
As verbas a distribuir pelos cinco primeiros grupos em cada classe variam entre os 3 milhões e os 250 mil kwanzas.
Manuel Sebastião, que é também diretor provincial da Cultura, realçou ser "impensável fazer um carnaval sem patrocinadores", acrescentando que seis empresas já garantiram apoio.
O desfile este ano será feito nos dias 01, 02 e 04 de março e, tal como tem sucedido nos anos anteriores, na nova marginal de Luanda.
A capital angolana é tradicionalmente o ponto central dos festejos do Carnaval em Angola.
O Governo Provincial de Luanda aposta na recuperação de uma tradição que até meados dos anos 1990 se designava Carnaval da Vitória (assinalando, em 1978, a vitória sobre os mercenários sul-africanos).
Em 2002, depois das hostilidades resultantes da guerra civil que dilacerou o país na maior parte dos 38 anos de independência, o Carnaval voltou a ter tema livre, predominando nos desfiles as cores amarela, vermelha e preta, da bandeira nacional.
Alguns grupos recorrem a carros alegóricos para, ao som do semba, o ritmo preferido, se recuperar a memória das danças populares cazucuta, dizanda, cabetula, varina e cidrália.
Lusa/Expansão