"Pente fino" do FMI e Banco Mundial volta em Setembro
Terminou na terça-feira aquela que é a primeira fase do Programa de Avaliação ao Sistema Financeiro (FSAP, sigla em inglês) do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, que visa passar a "pente fino" o sistema financeiro nacional e a aferir a estabilidade e solidez do sistema, bem como avaliar a sua possível contribuição para o crescimento e o desenvolvimento do País. As equipas das instituições multilaterais chegaram a Angola no dia 11 de Junho e partiram no dia 24.
Ao que o Expansão apurou, trata-se apenas da primeira missão no âmbito deste programa e as equipas deverão regressar em Setembro. Posto isto, serão publicadas várias notas técnicas e será feito um reporte no início de 2026, onde se encontrarão as conclusões desta iniciativa. Esta é a segunda vez que o País é alvo de um Pro grama de Avaliação do Sector Financeiro.
Apesar de em 2012 não ter sido publicado o relatório no site do FMI, o que se justifica apenas por o Governo de então não o ter permitido, é possível encontrar referências a este monitoramento do sistema financeiro nacional no relatório sobre o artigo IV de 2012, tendo o FMI detectado várias vulnerabilidades, sobretudo ao nível da supervisão bancária, mas também deficiências no registo de propriedades, que ainda hoje imperam e uma elevada dolarização da economia.
Dos testes de stress feitos à banca, na altura, foram detectadas necessidades de capitalização de alguns bancos. Esta avaliação envolve todo o sistema financeiro, desde a banca, a bolsa, ao mercado de capitais e às instituições de microfinanças e decorre numa altura em que Angola se encontra na lista cinzenta do grupo internacional que promove o combate à "lavagem de dinheiro", o GAFI.
Vão realizar testes de stress e analisar os riscos sistémicos, incluindo as ligações entre instituições bancárias e não bancárias, entre outros.
Este programa de avaliação contém dois componentes básicos: uma avaliação da estabilidade financeira, a cargo do FMI, e uma avaliação do desenvolvimento financeiro, a cargo do Banco Mundial. Até hoje, mais de três quartos dos países membros do FMI foram objecto dessas avaliações.