Saltar para conteúdo da página

Logo Jornal EXPANSÃO

EXPANSÃO - Página Inicial

Angola

Preço do arroz mais que duplica em cinco anos e atinge 984 Kz/kg no final de 2021

PAÍS IMPORTA MAIS DE 90% DAS NECESSIDADES INTERNAS DE CONSUMO DO ARROZ

O Expansão analisou os preços do arroz, que saltaram de 412 Kz em 2017 para 985 Kz no final de 2021. Um mês depois, no final de Janeiro deste ano, já se assistiu a uma ligeira quebra, está agora à volta de 850 Kz.

O preço do arroz, um dos principais produtos da cesta básica, aumentou 139%, nos últimos cinco anos, para 984 Kz o quilo, segundo cálculos do Expansão com base em dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta semana. Os dados são resultado do levantamento de cerca de 15 mil preços praticados, nos últimos anos, no mercado formal e informal da província de Luanda.

O ano de 2017 foi o que menos variações apresentou. Em Janeiro, o quilo de arroz longo, o mais consumido, estava a ser comercializado a 412 Kz e em Dezembro custava 470 Kz. Em 2018, fruto da desvalorização cambial, com a mudança da política monetária do BNA e liberalização das taxas de câmbio, começaram a ser observadas alterações consideráveis nos preços.

Em Janeiro, o arroz custava 479 Kz e em Dezembro saltou para os 527 kz o quilo. No início do ano seguinte, 2019, o arroz subiu ligeiramente para os 532,4 e, no final do ano, já custava 617,2 Kz. Em Janeiro de 2020, o arroz chegava às prateleiras dos supermercados a 637 Kz o quilo, atingindo em Dezembro 839 Kz, um aumento de 32% face ao início do ano.

Já em 2021, o preço subiu 38% de Janeiro a Dezembro. O arroz começou a ser vendido a 705 Kz em Janeiro, tendo baixado 134 Kz em menos de um mês, mas voltou a subir e passou a ser vendido a 985 Kz, em Dezembro.

IVA gera alta de preços

De realçar que os últimos quatro meses do ano são as épocas em que mais se observam alterações nos preços deste produto, ou seja, sobem consideravelmente nestes meses. Mas nos meses de Janeiro, Fevereiro e Março a tendência é para diminuir.

Por exemplo, em Dezembro de 2020, o quilo de arroz era vendido a 838 Kz, mas em Janeiro de 2021 passou a custar 705 Kz, o que evidencia especulação por parte dos comerciantes nos últimos meses do ano. A introdução do IVA em Outubro de 2019 também foi responsável por uma alta de preços.

A fraca produção nacional e a taxa de câmbio continuam a "pressionar os preços dos produtos da cesta básica, numa altura em que o quadro macroeconómico não está favorável" e "em que o desemprego atingiu níveis elevados", fazendo cair a pique o poder de compra dos angolanos.

"A falta de oferta nacional compromete o objectivo do BNA de baixar a inflação e só um aumento nas importações nos próximos tempos deverá atenuar a pressão inflacionista", escreveu o Expansão em Agosto de 2021, numa análise baseada em vários economistas.

(Leia o artigo integral na edição 659 do Expansão, de sexta-feira, dia 28 de Janeiro de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

Logo Jornal EXPANSÃO Newsletter gratuita
Edição da Semana

Receba diariamente por email as principais notícias de Angola e do Mundo