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Angola

Sete em cada 10 pessoas que entraram em idade activa foram para o desemprego

MERCADO DO TRABALHO NO I TRIMESTRE DE 2024

O inquérito sobre o emprego indica que a taxa de desemprego atingiu os 32,4% no final de Março. Os jovens com idades entre os 15 e os 24 representam 33% das pessoas que estão em idade activa para trabalhar, sendo que representam 66% dos desempregados do País. Futuro nada animador.

No final do I trimestre deste ano tinham entrado em idade activa para trabalhar mais 256.948 angolanos face aos 17.157. 929 que existiam no final de 2023. Como neste período o número de desempregados aumentou em 181.368 pessoas, significa que sete em cada 10 angolanos que entraram em idade activa para trabalhar neste período foram logo para o desemprego, de acordo com as contas do Expansão com base em dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE).

Segundo o relatório Indicadores de Emprego e Desemprego publicado esta semana, a população desempregada cresceu 3,3% para 5.646.659 de pessoas, contra os 5.465.291 registados no último trimestre do ano passado, o que se traduz numa taxa de desemprego de 32,4%.

Por outro lado, o INE indica que nos primeiros três meses do ano a população empregada cresceu 0,6%, ou seja apesar de mais 256.948 pessoas terem entrado em idade activa para trabalhar, neste período apenas mais 75.580 pessoas conseguiram trabalho ou trabalharam na semana do inquérito face às que estavam empregadas no final de 2023.

Mas nem tudo é negativo, uma vez que, de acordo com o inquérito, o emprego informal caiu 0,2%, ou seja, perdeu 21.872 pessoas entre Janeiro e Março. Ainda assim, a taxa de informalidade que fechou o ano de 2023 nos 80,5% reduziu agora para 79,8%, uma queda de 0,7 pp. A taxa de emprego informal é maior na área rural que na área urbana (89,0% e 74,6%) respectivamente.

E se a informalidade caiu, por outro lado subiu o emprego formal. De acordo com cálculos do Expansão, o emprego formal aumentou em 97.452 empregos para 2.378.908 em todo o País entre Janeiro e Março deste ano. O INE não revela o número de empregos formais, mas como publica os números da informalidade é possível fazer estes cálculos. Assim, no final do I trimestre, dos 11.768.218 de angolanos que estavam empregados 9.389.310 estavam na informalidade, o que pressupõe dizer que 2.378.908 tinham emprego formal. Um número superior em 97.452 pessoas face aos 2.281.456 verificados em Dezembro do ano passado.

Desemprego na juventude

O quadro ainda é muito negro em relação aos jovens. Só para se ter uma ideia, entre Janeiro e Março deste ano, a população desempregada entre os 15 e os 24 anos cresceu 8,3%, ou seja, 286.183 jovens entraram para a lista de desempregados. Actualmente, 3.737.150 estão desempregados. Se no final do ano passado a taxa de desemprego entre os jovens entre era de 58,3%, já nos primeiros três meses este valor passou para os 63,5%.

O desemprego jovem, de acordo com gestores empresariais e especialistas, deve ser considerado um inimigo público, pelo que as autoridades devem ter isso em atenção na definição das políticas para estimular o mercado de trabalho, para que estes não resvalem para a delinquência, com todas as implicações que isso tem não só em termos sociais mas também económicos.

E os números não mentem. Os jovens com idades entre os 15 e os 24 representam 33% das pessoas que estão em idade activa para trabalhar, sendo que representam 66% dos desempregados do País. Angola tinha no final do trimestre passado 5.646.659 de pessoas no desemprego, em que 3.737.150 eram jovens. Por outro lado, entre os 11.692.638 de angolanos empregados, apenas 2.145.897 tinham idades entre os 15 e os 24 anos. O INE deixou de publicar o valor da informalidade nesta faixa etária, mas num exercício em que se aplica a taxa de informalidade geral (para todas as idades), isto significaria que dos 2.145.897 que estavam a trabalhar até Março apenas 433.471 tinham um emprego formal, que lhes garante maior segurança e estabilidade para o futuro, em comparação com a informalidade para onde acabam por ir muitos dos jovens licenciados e não licenciados do País.

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