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Angola

Bilhetes de passagem sobem até 33% devido ao aumento do preço do gasóleo

TERCEIRA SUBIDA NUM ANO NAS VIAGENS INTERPROVINCIAIS

No período de um ano, operadoras de transportes interprovinciais já ajustaram os preços três vezes. Macon nega ter mexido na tarifa com o argumento de que movimenta os preços de forma sazonal em função da procura.

Dez meses depois da última subida, os preços dos bilhetes das viagens interprovinciais voltaram a aumentar até 33% nos operadores formais, devido ao aumento do preço do gasóleo e à contínua desvalorização do Kwanza, apurou o Expansão numa ronda feita esta semana.

Quem antes da subida do preço do gasóleo, a 23 de Abril, viajava pela Macon entre Luanda e Huambo pagava 11 mil Kz por viagem, mas hoje desembolsa mais 9%, ou seja 12 mil Kz. O mesmo acontece na rota Luanda/ Benguela, que antes custava 11.500 Kz e sofreu um aumento de 4%, para os 12.000 Kz. Apesar de a tarifa de maior parte dos destinos ter sido actualizada, há viagens que continuam com os mesmos preços de antes da subida do gasóleo. É o caso de uma viagem à província do Bié, que continua a custar 14 mil Kz, o mesmo que a operadora com mais destinos interprovinciais (36) praticava há 10 meses.

Mas quem optar pela Huambo Express, até aqui a única que reajustou todos os destinos, também vai ter de pagar mais 1.000 Kz pela viagem, entre Luanda e Huambo, já que os preços subiram de 11 mil para 12 mil. O preço da viagem da rota Luanda-Benguela subiu 33%, passando de 9 mil para 12 mil Kz. Também a viagem a partir da capital para a província do Bié viu o preço crescer 8%, passando de 13 mil para 14 mil.

No período de um ano, esta é a terceira vez que as operadoras actualizam as tarifas das passagens interprovinciais. A primeira foi em Maio de 2023, a segunda em Agosto de 2023 e a terceira, agora, em Maio.

Contactadas pelo Expansão, algumas operadoras que fizeram ajustes nas suas tabelas de preços justificam a medida com a subida do preço do gasóleo e a contínua desvalorização do Kwanza. "Fomos obrigados a subir um pouco o preço da viagem devido ao actual preço do combustível e para podermos manter os custos operacionais da empresa. Tudo subiu, os preços dos acessórios ficaram extremamente altos", relatou um dos operadores comerciais da Huambo Express que preferiu o anonimato.

Mas outras empresas não admitem que fizeram ajustes, apesar de terem novos preços reflectidos nas suas tabelas afixadas na entrada do terminal. A Macon, por exemplo, é uma delas. A empresa nega ter mexido na tarifa, com o argumento de que pratica os preços de forma sazonal, de acordo com a procura.

"A Macon não subiu preços, nós trabalhamos com preços de acordo com a sazonalidade ou a procura. Podemos trabalhar com uma tarifa movimentada de acordo com a procura, mas nunca acima da tarifa que está afixada", defende Armando Macedo, coordenador comercial da Macon.

É verdade que nem todas as empresas ajustaram os preços das viagens. A AngoReal e a empresa pública TCUL mantêm os mesmos preços do ano passado, sendo esta última a que continua a praticar as tarifas mais baixas do mercado. A TCUL é também a que menos destinos interprovinciais tem (5).

Por exemplo, a viagem de Luanda ao Huambo pela TCUL custa 6.500 Kz. Já para Malanje custa 5.000 Kz, 4.500 para o Uíge e para Mbanza Congo até à fronteira do Luvo fica em 5.000 Kz. "Temos os preços mais baixos do mercado para ir de encontro à capacidade financeira dos passageiros, que têm vindo a perder poder de compra. Procuramos praticar os preços mais baixos do mercado, mas sempre dentro dos limites dos custos operacionais", afirmou fonte oficial da TCUL.

Preços podem subir mais

A maior parte das empresas de transportes interprovinciais ouvidas pelo Expansão foram unânimes ao afirmar que os preços podem voltar a subir, dependendo da evolução da economia. As que não ajustaram preços prometem fazê-lo a qualquer momento, caso a situação não melhore.

Tanto as que ajustaram preços e a que está por ajustar queixam-se de "grande ginástica" para manter as empresas e os próprios autocarros operacionais devido à desvalorização cambial, perda de poder de compra e encarecimento dos acessórios.

"Está cada vez mais difícil adquirir equipamentos e os custos das peças sobressalentes ficaram mais caros, tanto no mercado nacional, como internacional e isto condiciona a resistência dos próprios autocarros. Por isso, poderemos mexer nos preços a qualquer momento", admite fonte oficial da AngoReal.

Leia o artigo integral na edição 781 do Expansão, de sexta-feira, dia 21 de Junho de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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