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Egípcios da Elsewedy Electric afastam-se da Movicel

JÁ HÁ NEGOCIAÇÕES COM OUTROS OPERADORES

Apesar do anúncio feito há mais de um ano, segundo o qual os egípcios da Elsewedy Electric seriam os parceiros para a recuperação da Movicel, o contrato de investimento e entrada no capital social da telefónica nunca foi assinado.

O Expansão apurou que o grupo egípcio, não sendo especialista em telecomunicações, fazia depender este investimento, cerca de 400 milhões USD de acordo com o anunciado na altura, pela possibilidade de entrar também no sector eléctrico angolano, o seu core business. Lembrar que esta era a grande aposta do ministro do sector para a resolução do "problema" Movicel, que afinal pode não se concretizar. Os representantes do grupo egípcio foram, na altura, inclusive, recebidos pelo Presidente da República.

Depois deste tempo, em que houve avanços e recuos, percebeu-se que afinal esta não seria a solução, tendo já os accionistas da Movicel iniciado negociações com outros interessados. De acordo com o que Expansão apurou, existem já negociações avançadas com um operador europeu e outro africano, pelo que poderá haver uma decisão nas próximas semanas.

Obviamente que a entrada formal de um novo operador obedece a um processo administrativo que leva algum tempo, mas é intenção que se concretize até ao final do ano.

Lembrar que quando foi anunciada a decisão de que seriam os egípcios, por parte da tutela do sector, outros interessados abandonaram as conversas. Esta necessidade de retomar agora as negociações também deixa a telefónica nacional numa posição mais frágil.

Contrariamente ao que tinha sido avançado, que a entrada de um novo investidor passava pela venda da quota do INSS, o Expansão sabe que o novo investidor terá uma quota entre 50,1 e 60%, e que o capital a ceder será diluído entre todos os accionistas, com realce para os dois maiores, INSS e Angola Telecom. Ou seja, o equilíbrio entre os investidores nacionais vai manter-se, mas agora em posição minoritária.

Existe alguma urgência na conclusão deste negócio, uma vez que a situação da empresa vai piorando de dia para dia, com a degradação das infraestruturas, estima-se que serão necessários mais de 150 milhões USD para recuperar a rede de transmissão, o fecho de lojas, a saída de trabalhadores e a perda de clientes, perdeu cerca de 2 milhões de subscritores desde 2018 e tem uma quota de mercado de apenas 2%. Existem também dívidas a prestadores de serviços, aos funcionários e ao regulador, que terão de entrar nas contas.

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